A Johnson & Johnson (JNJB34) decidiu encerrar “discretamente” as operações da fábrica de vacinas que produz a vacina Janssen contra a Covid-19, segundo o jornal americano The New York Times.
Apesar de a empresa afirmar que tem milhões de vacinas em estoque, as entregas para países pobres e em desenvolvimento – principais clientes da vacina, que é fácil de estocar e transportar – têm sofrido atrasos.
Os principais afetados pela demora são países africanos, como a África do Sul, que teve doses redirecionadas para a Europa.
A fábrica, que fica em Leiden, na Holanda, em vez de produzir a vacina contra o novo coronavírus, deu agora prioridade a outros imunizantes, mais lucrativos, que não têm relação com a Covid-19.
A pausa é temporária e a expectativa é de que a fábrica em Leiden volte a produzir vacinas da Janssen – ou imunizante similar contra a Covid-19 – nos próximos meses. Ainda não há detalhes se a interrupção deve afetar ainda mais a distribuição dos produtos em função dos estoques de vacinas, em níveis adequados.
Segundo fontes, a paralisação deve reduzir o estoque de vacinas da Janssen em algumas centenas de milhões de doses.
Outras fábricas foram contratadas pela Johnson & Johnson para repor a produção, mas ainda não começaram o processo.
O anúncio pegou de surpresa os principais clientes da vacina, a União Africana e o consórcio Covax, que distribui imunizantes entre os países-membros, a maior parte deles em desenvolvimento.
Para Ayoade Alakija, co-diretor do programa de distribuição de vacinas da União Africana, “este não é o momento de mudar linhas de produção ou algo do tipo”. “Não quando as vidas de pessoas por todo o mundo em desenvolvimento estão na balança”, afirmou.
Recentemente, a vacina da Janssen tem enfrentado dificuldades regulatórias nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos por causa de uma rara mas perigosa possibilidade de causar coágulos sanguíneos. Estudos apontam que a imunização da vacina também ficou aquém de resultados da competidoras Pfizer e Moderna.
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