Joesley Batista: CVM acusa empresário de práticas irregulares do Banco Original
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acusou, na segunda-feira (27), Joesley Batista de participar de operações irregulares no Banco Original. A instituição é do grupo J&F, do qual o empresário é sócio.
Assim, o processo que começou na última segunda é parte de uma investigação que iniciou em abril de 2018. A CVM apura prática não equitativa do Banco Original com derivativos de taxas de juros. A atuação do banco teria ocorrido antes do acordo de delação premiada feito entre Joesley Batista e o Ministério Público. Além dele, outros sócios também acordaram a colaboração.
A defesa do empresário e do banco afirmaram que as práticas foram regulares. “As operações de derivativos em análise são usuais e regulares, realizadas com base em critérios técnicos, dentro dos limites operacionais previamente estabelecidos e sempre dentro das normas dos órgãos reguladores”.
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Joesley Batista alvo de outro processo
Joesley já foi alvo de outra investigação da CVM. Neste caso, a autarquia acusou o empresário de ter se beneficiado no mercado financeiro por conta dos reflexos de sua delação. No acordo com o MPF, ele afirmou ter pago propina a diversos políticos em troca de favorecimento.
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Desse modo, quando as informações foram a público, o mercado financeiro reagiu com muita volatilidade. Diante disso, a CVM afirma que Joesley se beneficiou da situação. A partir de agora, os advogados dos acusados pela autarquia devem ter um prazo para apresentar a defesa dos executivos.
Denúncia do MPF
Além disso, Joesley Batista também já é denunciado pelo Ministério Público Federal. Neste processo, ele e mais 11 pessoas foram acusadas de crimes envolvendo um suposto esquema de corrupção e fraudes. Assim, os envolvidos teriam buscado a liberação de R$ 8,1 bilhões em aportes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na JBS.
Além de Joesley, também foi denunciado o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci. A ação pediu a reparação de R$ 5,5 bilhões aos cofres públicos e R$ 3,74 bilhões como indenização. O valor emprestado pelo BNDES foi utilizado pelo grupo J&F na compra outras empresas do ramo de carnes, como a norte-americana Swift.