João Doria confirma saída do governo de SP e vai disputar a presidência
O governador João Doria anunciou nesta quinta-feira (31) sua saída do governo de São Paulo e confirmou sua candidatura à presidência da República, após um dia conturbado com notícias sobre sua saída da corrida eleitoral. Em baixa nas pesquisas, Doria havia sinalizado que desistiria de concorrer em meio a atritos com aliados e políticos do PSDB.
O cargo foi transferido ao vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que assume o posto no sábado, 2 de abril. “Cumpri a minha obrigação”, disse Doria.
A decisão veio após reuniões com aliados do PSDB no Palácio dos Bandeirantes. A candidatura foi oficializada depois do 4º Seminário Municipalista, em evento que contou com plateia e escola de samba.
“Serei candidato a presidente pelo PSDB, o partido da social-democracia. Vamos vencer o populismo, vencer a maldade, a corrupção”, disse Doria, em discurso.
No evento, o secretário do Desenvolvimento Regional e presidente do diretório estadual do PSDB, Marco Vinholi, anunciou: “Uma salva de palmas para o futuro presidente do Brasil, nosso governador do Estado de São Paulo, João Doria”. O anúncio quase rachou o partido. A crise se acentuou na noite anterior.
“Quero estar ao lado de vocês a partir do próximo dia 2 para mostrar que é possível sim ter nova alternativa para o Brasil, uma alternativa de paz, de trabalho, de dedicação, de humildade e de integração de todo o Brasil. Vou fazer isso com determinação, longe de ideologia e distante do populismo e condenando a corrupção e o mau trato do dinheiro público”, disse João Doria no discurso, que durou cerca de 40 minutos.
O evento contou com a presença de mais de mil pessoas e teve participação da primeira-dama Bia Doria, do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que agora assume o governo paulista e é pré-candidato do PSDB às próximas eleições ao governo de São Paulo, do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, e de prefeitos do interior paulista, entre outras autoridades.
Um vídeo com uma retrospectiva de obras e ações feitas por Doria durante seu mandato foi exibido durante o evento, que foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do governo.
Na última quarta-feira (30), Doria teria acenado com a desistência da candidatura ao seu vice, com a intenção de permanecer como governador, de acordo com informações antecipadas pelo jornal Folha de S. Paulo.
A notícia acabou por movimentar os tucanos, com aliados históricos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra, para convencer Doria a sair do cargo e se lançar à campanha nacional. Garcia se filiou ao PSDB no início do ano passado, com o objetivo de ser o candidato para ao governo paulista, enquanto Doria partiria para a disputa presidencial.
Para apaziguar a situação, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, divulgou uma nota reafirmando que João Doria é o nome do partido na disputa pelo Planalto em 2022.
Doria teria escolhido continuar como governador como uma espécia de “contra-ataque” ao que ele via como uma desfeita do próprio partido, que até então trabalhava com a hipótese de o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ser lançado como candidato do PSDB para Presidência — apesar de Doria ter vencido as prévias do PSDB.
Aliados de João Doria teriam dito que a ideia do grupo era esperar que o governador deixasse o cargo para que pudessem, formalmente, anunciar Eduardo Leite como candidato. Assim, ele ficaria sem mandato e sem candidatura.
Com Agência Brasil