A XP Investimentos informou, na noite da última terça-feira (5), que iniciou a cobertura das ações da JHSF (JHSF3), com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9,70. Com base na cotação de fechamento do último pregão, a R$ 7,36, o upside esperado é de 31,80%.
Segundo os analistas Renan Manda e Lucas Hoon, a visão da XP para a JHSF é pautada sobretudo pelo “robusto potencial de crescimento”, estimulado pelo ambiente positivo para o setor imobiliário nos próximos anos. Os recursos levantados na recente oferta subsequente de ações (follow-on) também dão um forte impulso à empresa, de acordo com a XP.
Os especialistas disseram que, apesar da performance positiva de 11,6% da ação, frente a 2,9% do Ibovespa em 2020, ainda é possível enxergar certa atratividade nos papéis, uma vez que a empresa está sendo negociada a 25 vezes seus lucros estimados para 2021 e 14,1 vezes os ganhos projetados para 2022.
A XP salienta que a JHSF já possui um grande estoque de terrenos, o que “pode servir de suporte para seu robusto plano de crescimento sem a necessidade de novas aquisições de terrenos para o desenvolvimento de novos projetos”.
Os analistas também afirmaram que a companhia possui a flexibilidade e a opção de monetizar participação minoritária em seus projetos, como em aeroportos e shopping centers, e alocar os recursos para o desenvolvimento de novos projetos e expansões, como novos greenfields ou projetos para venda.
Tese de investimento em JHSF
A tese de investimento em JHSF, segundo a XP, passa sobretudo por dois pontos. O primeiro são os ativos dominantes em shopping centers.
Por mais que os desafios continuem vigentes, em função da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as unidades da empresa possuem alta exposição a famílias de maior renda, que tendem a serem menos impactadas em períodos de crise econômica, segundo o relatório.
O grande potencial de crescimento por meio de greenfields (novos empreendimentos) e expansões nos próximos anos é outro pilar da tese de investimento. Esse aspecto, atrelado à pretensão da companhia em vender participações minoritárias em ativos maduros, a fim de monetizar seus ativos, também são bons sinais.
No que se refere ao portfólio da empresa, os analistas afirmam que, além de serem dominantes, estão bem posicionados — são citados os shoppings Cidade Jardim e Catarina Outlet, que foca no público de alta renda de São Paulo, e os shoppings Ponta Negra e Bela Vista, em Manaus e Salvador, respecivamente.
Os principais riscos para o negócio, conforme apontado pelos analistas, são:
- Execução e demanda pelos projetos residenciais;
- Segunda onda do coronavírus no Brasil;
- Financiamento e juros imobiliários;
- ESG, sobretudo no que se refere às questões de governança.
A XP disse, entretanto, que performance operacional demonstra ser sólida, apesar da pandemia. No terceiro trimestre de 2020, as taxa de ocupação das unidades apresentaram um aumento de 1,3 ponto percentual na comparação anualizada.
Iniciativas digitais também estão em pauta na JHSF, com o site do Cidade Jarim e dos aplicativos CJ Fashion, CJ Food, Restaurante Fasano e JHSF Real Estate Sales.