O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deu declarações nesta sexta-feira (23) sinalizando para um possível corte de juros por parte da autoridade monetária americana já na próxima reunião, em setembro.
As declarações de Powell vêm em meio a uma revisão de estimativas nas últimas semanas. Com os últimos dados de atividade econômica e de inflação, o mercado americano passou a projetar mais cortes do que antes, e também em datas mais próximas.
Durante o Simpósio de Jackson Hole, o presidente do Fed disse: “Os riscos de alta para a inflação diminuíram e a ameaça de queda do nível de emprego aumentou. Chegou a hora de ajustarmos a política monetária“.
O líder do banco central americano ainda acrescentou: “A direção a ser seguida é clara, o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio no balanço de riscos”.
Durante sua fala, ainda disse que a confiança de que a inflação irá convergir para 2% aumentou.
Powell mostrou mudança de foco
Daniel Siluk, head de Global Short Duration & Liquidity Group da Janus Henderson comenta que Powell explicou, de forma abrangente, a resposta do Fed aos desafios econômicos que se apresentaram devido à pandemia de Covid-19 e as suas consequências.
“O discurso mostrou uma mudança de foco na política monetária de equilibrar a dupla meta de controlar a inflação e dar apoio à criação de um mercado de trabalho forte, dando a entender que a era das elevações mais drásticas das taxas de juros começará a dar lugar a um período de ajustes mais moderados”, analisa.
“Powell deu ênfase a que ajustes futuros na política monetária vão depender dos dados, reforçando a importância dos indicadores econômicos a serem revelados em breve, em particular aqueles relacionados ao mercado de trabalho, para definir as decisões do Fed sobre taxa de juros”, completa.
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