Ânimo não faltou aos acionistas da JBS (JBSS3) depois da companhia reportar um lucro líquido em alta de 65%, atingindo R$ 4 bilhões no quarto trimestre de 2020. O resultado ainda veio com um tempero adicional aos investidores, um dividendo proposto no montante de R$ 2,5 bilhões. Analistas enxergaram mais um desempenho positivo, que agora busca retornar valor aos acionistas.
As vendas líquidas da exportadora de carnes chegaram a R$ 76 bilhões no trimestre, 33,1% superior em relação ao mesmo período de 2019, com todas as unidades de negócios da JBS registrando crescimento.
Por unidade de negócio, o maior crescimento no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi da Pilgrim’s Pride, com alta de 53,5%, seguido pela Seara, com avanço de 50,8%, e pela JBS Brasil, que teve aumento de 41,2%. O Ebtida ajustado da JBS USA Beef teve crescimento de 6,6%, enquanto o da JBS USA Pork caiu 4,7% no período.
Nesse meio, a marca brasileira Seara se destacou com uma receita líquida 31,8% maior no trimestre ante igual período do ano anterior, para R$ 7,541 bilhões. A companhia atribui o resultado a um aumento de 5,6% no volume vendido e de 24,9% no preço médio de venda. As vendas no mercado interno, que responderam por 54% da receita da unidade, totalizaram R$ 4,1 bilhões, aumento de 33,2% ante igual período de 2019.
“A alta nas exportações para a China, forte demanda no Brasil e nos EUA e ainda a desvalorização do câmbio, impulsionaram a forte retomada de seus números”, salientou o analista Luis Sales, em relatório da Guide Investimentos.
“Nossa visão e positiva para as commodities e também para companhias exportadoras, já que o dólar deve se manter em patamares elevados. Além disso, a demanda chinesa por proteínas deve manter aquecida, proporcionando margens ainda elevadas neste segmento”, complementou o especialista.
Dividendos e recompras da JBS
Mas não é só isso. A JBS apresentou em 2020 um dividend yield de 2,4% e, não contente, a companhia já anunciou um pagamento proposto de R$ 2,5 bilhões ao acionista, um payout de 54%.
Além disso, a exportadora comprou mais de R$ 1 bilhão em ações por meio do programa de recompra, somente no quarto trimestre, o equivalente a cerca de R$ 1,8 bilhões.
“Com a alavancagem procurando permanecer sob controle, nossa sensação é de que a JBS está disposta a buscar uma distribuição de caixa mais agressiva (as recompras acumuladas no ano totalizaram quase 100 milhões de ações, ou 3,8% do total)”, observou o BTG Pactual (BPAC11).
“A JBS é hoje uma história enxuta, mais focada, diversificada e des-arriscada”, destacaram os analistas do banco.
