A JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) se mantêm como empresas preferidas do Itaú BBA no setor de alimentos e bebidas. Para a JBS, os analistas veem tendência positiva de recuperação, enquanto em relação a Minerva existe um aumento de ceticismo sobre a margem Ebitda no segundo trimestre. Mas ambas as empresas têm recomendação de compra do BBA.
Segundo a equipe do Itaú BBA, a Pilgrim’s Pride Corp, subsidiária da JBS reportou resultados neutros no 2T23, com Ebitda ajustado de US$ 249 milhões. “Espera-se que todas as outras divisões relatem números de recuperação no 2T23, exceto a divisão de carne suína nos EUA, que continua lutando com o excesso de oferta global de proteína.”
As projeções de Ebitda para o trimestre foram revisadas entre um intervalo de R$ 4 bilhões e R$ 4,2 bilhões, com previsão de um Ebitda consolidado de aproximadamente R$ 4 bilhões e uma margem de 4,5%, indicando uma tendência positiva de recuperação para a empresa.
Com isso, o BBA recomenda compra das ações da JBS, com preço-alvo a R$ 39
O pior já passou para JBS, diz Bradesco, que projeta alta de 83%
O Bradesco BBI elevou sua recomendação para as ações da JBS (JBSS3), passando agora a recomendar compra para os papéis.
Segundo a casa, o ‘pior já passou’, e o preço alvo para as ações da JBS é de R$ 30, representando uma alta de cerca de 83% ante o preço de fechamento da véspera.
Em seu relatório, os analistas destacam como pontos positivos para tese:
- Chuvas causadas pelo El Niño em junho, melhorando a oferta de pastagens/grãos e reduzindo custos
- Oferta de carne nos EUA deve cair em 2024, após anos de expansão que causou um excesso de oferta no mercado
- Mudanças na gestão ajudando a reduzir a diferença de desempenho/margem em relação aos pares
- A estimativa da casa é de que o Ebitda do frigorífico fique acima do consenso do mercado, e as margens subam para 7,5% no ano que vem e para 8,2% no subsequente.
“Sabemos que os negócios da JBS são cíclicos, mas o mercado ainda não enxerga a provável recuperação de margem que se materializará até 2025”, diz a casa.
Além disso, os analistas destacaram que a janela de compra atual não foi vista nos últimos dez anos.
Falando sobre múltiplos, os especialistas destacaram que as ações JBSS3 estão sendo negociadas a 4,9x o valor de firma sobre Ebitda para a projeção de 2024, abaixo da média histórica de 5,5x.
JBS irá a Wall Street com dupla listagem
A JBS anunciou seus planos de listar suas ações na Bolsa de Nova York.
Com isso, as ações da JBS seriam duplamente listadas, na B3 (B3SA3) e na NYSE.
A expectativa é aumentar o valor de mercado da companhia ao oferecer ativos da produtora de proteínas para investidores globais.
“A proposta apresentada aos acionistas reflete a plataforma global da companhia e abre caminho para destravar o valor das ações da empresa”, diz o comunicado do frigorífico.
Minerva: cresce o ceticismo sobre Ebitda para 2023, aponta Itaú BBA
Em relação à Minerva, os analistas avaliam que houve sinais positivos de recuperação nas exportações de carne bovina, de acordo com relatórios da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Após seis semanas consecutivas de queda nos preços de exportação, houve um aumento de 2% em relação à semana anterior, atingindo USD 4,70/kg.
“Os números das exportações parecem ter superado as indicações dos dados da SECEX, sugerindo um cenário mais favorável para a Minerva no restante de 2023”, diz o Itaú BBA.
Por outro lado, segundo o BBA, se os spreads da SECEX continuarem defasados durante o terceiro trimestre de 2023, existe a possibilidade de uma revisão para baixo das estimativas de Ebitda para o ano inteiro.
“Notamos um declínio significativo no interesse pelas ações entre os investidores à medida que o ceticismo aumenta. Será fundamental monitorar o desempenho da empresa para ver se a margem Ebitda no 3T23 corresponde a expectativa dos investidores que é de R$ 2,9 – 3,1 bilhões para 2023”, diz o BBA.
Apesar desses desafios, a Minerva ainda é a preferida no setor de Alimentos & Bebidas, com uma avaliação de 4,2x EV/Ebitda para 2023. A recomendação do banco é de compra, com preço-alvo em R$ 17.
BRF (BFRS3) e Marfrig (MRFG3) recebem recomendação neutra dos analistas
A BRF está recebendo notícias positivas em relação às exportações de frango. Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou que o Japão está restringindo a proibição de exportações de frango brasileiro apenas para cidades com casos confirmados de gripe aviária.
No mês anterior, o Japão havia embargado as exportações de frango de Santa Catarina (SC) devido a um caso de gripe aviária em uma fazenda local. Essa limitação é significativa, já que o Japão representa 11% das exportações totais de frango do Brasil.
O BBA estima um Ebitda de R$ 810 milhões para a BRF, o que está em linha com as projeções de outros investidores, que giram em torno de R$ 700 a 800 milhões.
Já Marfrig está enfrentando uma quinta semana consecutiva de redução nos spreads da carne bovina nos EUA. Os preços de corte tiveram uma queda de 0,4% na semana passada, enquanto os preços do gado subiram 0,4% em relação à semana anterior. Isso resultou em uma diminuição adicional nos spreads da carne bovina nos EUA, que chegaram a 1,69 em julho, atingindo o nível mais baixo desde dezembro de 2022.
“Esperamos que o desempenho volátil da Marfrig continue refletindo sua participação no patrimônio da BRF à frente e por isso reiteramos nossa visão estrutural neutra sobre as ações”, diz BBA.
Cotação: JBS e Minerva sobem
Hoje, as ações da Minerva tiveram alta de 0,19%, cotadas em R$ 10,24, enquanto os papéis da JBS também registraram alta de 2,52%, ao valor de R$ 19,50. Já a as ações da BRF caíram 0,20%, avaliadas em R$ 9,75. A Marfrig subiu 1,07%, cotada em R$ 7,53.