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JBS (JBSS3) é acionada na Justiça por ex-donos do Mataboi, diz jornal

Com recordes, ações da JBS e Marfrig sustentam altas mesmo em meio às quedas da bolsa - Foto: Divulgação

Com recordes, ações da JBS e Marfrig sustentam altas mesmo em meio às quedas da bolsa - Foto: Divulgação

A JBS (JBSS3) foi acionada na Justiça pelos ex-controladores do Mataboi, que podem cobrar mais de R$ 1 bilhão no processo. O motivo? A empresa valia muito mais do que o pago quando vendida à gigante do segmento de carnes. As informações são da coluna “Broadcast” do jornal O Estado de S.Paulo, publicadas neste domingo (8).

A alegação dos ex-donos do Mataboi diz que a JBS teria conseguido vencer a concorrência no processo de compra em função dos benefícios obtidos junto ao governo, em detrimento de frigoríficos menores.

A família Dorazio, antiga controladora do Mataboi, se baseia nas declarações feitas por Wesley e Joesley Batista, em delação premiada que se tornou pública em 2017. Segundo a família, em razão das “vantagens” da JBS, não só o Mataboi, mas outros frigoríficos foram levados a uma situação de quase falência.

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Após isso, as companhias lideradas pelos irmaõs Batista e a JBS conseguiram comprá-las por valores supostamente abaixo do considerado justo.

R$ 1 bilhão: diferença entre o valor do Mataboi e o preço pago pela JBS

Segundo o “Broadcast”, a família Dorazio pede na Justiça a diferença entre o valor que o Mataboi valeria se a JBS não tivesse “interferido ilegalmente no mercado”, e o efetivamente pago pela companhia. O valor não consta no documento entregue na Justiça, porém, players do mercado de carnes calculam que o número ultrapassaria a marca de R$ 1 bilhão.

 

O processo aberto pelos ex-donos do Mataboi não contesta a venda em si, fechada em 2014 para a JBJ, de José Batista Júnior, o mais velho dos irmãos Batista e também conhecido como Júnior Friboi. A multinacional diz que Júnior Friboi não tem qualquer relação com a empresa desde 2013.

No entanto, no documento entregue à Justiça, os representantes da família Dorazio rejeitam a ideia de que a JBJ e a JBS são empresas distintas. Esse é o argumento que a companhia de Júnior Friboi tem utilizado em discussões com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que reprovou a aquisição em 2017.

A autarquia afirmou que a JBS não poderia adquirir novos frigoríficos em mercados nos quais controla entre 30% e 50% e exigiu que o negócio fosse desfeito. Por enquanto, todavia, o Mataboi segue nas mãos da JBJ.

No processo em posse da Justiça, os advogados do Mataboi disseram que “as práticas ilegais que permitiram à JBS aniquilar os concorrentes, foram várias e ferozes”. Ele menciona, por exemplo, “o acesso a financiamentos e a capitalizações de bancos e fundos de pensão estatais em condições e volumes que não se ofereciam aos demais agentes do mercado”.

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