A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu na terça-feira (31) os empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS (JBSS3), em caso envolvendo suposta manipulação de preços e uso indevido de informação privilegiada (insider trading).
Em maio deste ano, o órgão já havia formado maioria pela inocência dos empresários, mas um pedido de vistas adiou o fim do caso. Em um dos julgamentos, a decisão foi por unanimidade, e em duas, por quatro votos a um.
Os irmãos Batistas são acionistas da J&F Investimentos, que além da JBS, controlam empresas como Banco Original, Eldorado Celulose, Âmbar Energia e Flora.
Em nota, a J&F informou que “a decisão desfaz uma injustiça, atesta o pleno funcionamento das instituições no Brasil e reafirma a integridade das operações dos executivos e empresas do grupo J&F no mercado financeiro”.
Relembre o caso
Em 2017, o processo instaurado pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM acusou os irmãos Batista de votarem na aprovação das próprias contas.
Em abril daquele ano, eles participaram da Assembleia Geral da JBS e, supostamente, infringiram a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76), que impede a participação em deliberações “relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a formação do capital social e relativas à aprovação de suas contas como administrador, nem em quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de modo particular, ou em que tiver interesse conflitante na companhia”.
Os empresários já haviam tentado um acordo anteriormente, porém, em maio de 2022, o colegiado da CVM recusou a proposta conjunta de termo de compromisso de R$ 6 milhões, embora o Comitê de Termo de Compromisso (CTC) tenha recomendado aceitação.
JBS (JBSS3) mira investir mais R$ 12 bilhões no Brasil até 2026 com listagem nos EUA
A JBS visa investir uma cifra de R$ 12 bilhões adicionais no Brasil até o ano de 2026, segundo declarações recentes de executivos.
Contudo, esse investimento da JBS fica condicionado à planejada listagem de ações nos EUA, segundo o CEO do frigorífico, Gilberto Tomazoni.
Além dessa cifra, serão R$ 3 bilhões fora da holding, mas da própria JBS – totalizando R$ 15 bilhões.
A companhia avançou junto ao órgão regulador do mercado dos EUA – a SEC – para se listar nos EUA e concretizar a conhecida dupla listagem.
Os planos já são citados abertamente por executivos há meses, e o frigorífico registrou em julho uma proposta para listar ações, mirando concretizar o processo até meados de dezembro.
Vale destacar que esse valor se soma há cifra apresentada ao mercado há algumas semanas pela J&F. A controladora da JBS citou que investirá, nos próximos três anos, R$ 38 bilhões.
“Nós, da JBS, estamos com um projeto de dupla listagem, e se o nosso projeto for bem-sucedido, esse investimento (da J&F) não será de 38 bilhões de reais, mas será de 50 bilhões de reais no Brasil até 2026”, disse Tomazoni, em evento para inauguração de fábricas da JBS no Paraná.
Foi inaugurada uma fábrica de empanados de frango e outra de salsichas da Seara na cidade de Rolândia (PR), que receberam investimentos de 1 bilhão de reais.
Esse ativo é o último do ciclo de investimentos anunciado pela empresa em meados de 2019, de R$ 8 bilhões.
Desempenho das ações da JBS
Cotação JBSS3
Com informações de Estadão Conteúdo