A unidade norte-americana da JBS (JBSS3) está sendo investigada sobre os cuidados no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A investigação foi instaurada por democratas em um painel da Câmara norte-americana.
O caso investiga se a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA, na sigla em inglês) aplicou de forma correta as regras de segurança do trabalhador. Com isso, o congressista democrata James Clyburn enviou cartas com questionamentos sobre o tema não somente à JBS, mas para a Tyson Foods e Smithfield Foods.
Clyburn, presidente do Subcomitê da Câmara para a Crise do Coronavírus, perguntou às empresas o número de colaboradores contaminados, fechamento de unidades, medidas de segurança e políticas de licenças nos casos em que os funcionários recebam exames positivos para a doença.
Segundo o democrata, aproximadamente 54 mil colaboradores em 569 frigoríficos norte-americanos já contraíram a Covid-19, sendo que 270 vieram a óbito.
Os frigoríficos “se recusaram a tomar precauções básicas para proteger seus trabalhadores, muitos dos quais ganham salários extremamente baixos e não têm férias remuneradas adequadas, e mostraram um desrespeito implacável pela saúde dos trabalhadores”, afirmam os documentos às companhias.
JBS investiu em segurança dos colaboradores
De acordo com o comunicado da JBS, em resposta à carta, a empresa investiu em medidas de segurança e modificações nas instalações e agradece a oportunidade de compartilhar suas formas de enfrentamento da pandemia global e os esforços para proteger seus funcionários.
O diretor administrativo da Smithfield, Keira Lombardo, afirmou que a empresa tomou “medidas extraordinárias” para proteger os colaboradores que excederam as diretrizes governamentais e que irá corrigir “imprecisões” sobre a disseminação do coronavírus em suas unidades.
A Tyson e OSHA não reponderam às cartas. A OSHA divulgou, na última sexta-feira (29), novas diretrizes de segurança em suas plantas para ampliar a proteção contra a Covid-19.
Segundo Sarah Little, porta-voz do Instituto Norte-Americano de Carnes, o segmento gastou mais de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,19 bilhões) em “proteções abrangentes instituídas desde a primavera”, ou seja, desde o primeiro semestre de 2020.
A disseminação da pandemia nos Estados Unidos teve como um dos primeiros focos as unidades dos frigoríficos. A JBS e empresas do setor investiram em divisórias nas estações de trabalho, estações de desinfecção, scanners de temperatura, adição de pessoal médico no quadro de colaboradores, entre outras medidas.