A JBS (JBSS3) estuda um contra-ataque aos movimentos recentes da Marfrig (MRFG3), segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O colunista ressalta que a JBS, com auxílio do BTG Pactual (BPAC11), deve “avançar sobre o controle” da BRF (BRFS3), que tem como acionista majoritária a Marfrig.
Isso, após o empresário Marcos Molina, da Marfrig, surpreender o mercado com os solavancos — adquirindo uma grande fatia acionária da BRF. No último movimento, no dia 6 de junho, a companhia passou a ser acionista de 31% da BRF, com compra feita no leilão da B3 (B3SA3).
Anteriormente, Molina havia comprado 24,23% do capital da BRF.
Com as movimentações recentes, as especulações acerca de uma fusão aumentaram – apesar de Molina negar a possibilidade. A discussão acerca da combinação de negócios já datam de 2019, mas nunca foram para frente.
Segundo especialistas do mercado, a cultura corporativa de ambas as companhias seria o grande entrave.
“Já vimos no passado a fusão da Perdigão e Sadia, que teve problema de gestão de insumos, milhos, soja e a questão cambial”, afirma Bruno Madruga, especialista de renda variável da Monte Bravo.
Mais negociações, mais volatilidade
A compra ousada de ações por parte da Marfrig foi responsável por grande parte da movimentação do mercado nas últimas semanas, especialmente nos frigoríficos.
No acumulado mensal, os papéis do setor oscilaram em:
- BRF: +32,98%
- JBS: -7,29%
- Marfrig: -8,90%
- Minerva Foods (BEEF3): -3,48%
A movimentação de Molina também ocasionou uma investigação por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), já que a transação não teria tido transparência.
As normativas atuais requerem que, sempre que um acionista passar de 5%, 10%, 15% e sucessivamente, o mercado seja notificado da marca.
O empresário pode ser acusado de insider trading — mesmo crime que já pôs Joesley, da JBS, atrás das grades.
Cotação de JBS
Atualmente, às 12h20 do pregão desta sexta-feira (11), as ações de JBS estão cotadas a R$ 29,26, apresentando queda de 0,17% no intradia.