JBS planeja entrar no mercado norte-americano

A JBS (JBSS3) retoma os planos de adentrar no mercado dos Estados Unidos. Em 2017, após as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista nos processos da Lava Jato, os planos foram adiados.

Presente em quatro continentes, a JBS gera 25% de sua receita com exportação e tem forte presença no país norte-americano. Segundo o presidente da empresa, Gilberto Tomazoni, a empresa está voltando aos planos para fazer a listagem de ações na bolsa de Nova York e levantar recursos para financiar seu crescimento.

Resultados e perspectivas da JBS

Apresentando o lucro líquido de R$ 2,2 bilhões no segundo trimestre deste ano, a JBS reverteu o prejuízo do mesmo período do ano passado. As ações da processadora de carnes apresentaram alta de +4,6% na última quinta-feira (15) após o anúncio do resultado trimestral. A valorização total dos últimos 12 meses é de +212,11%.

Saiba mais: JBS apresenta lucro líquido de R$ 2,2 bilhões no segundo trimestre

Os resultados positivos foram impulsionados pela demanda asiática, ondes os plantéis foram dizimados em decorrência da peste suína africana na China. Os ganhos na divisão de alimentos processados pela Seara e as operações de frango e carne suína nos EUA também apresentaram recuperação.

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Tomazoni afirmou, em entrevista ao “Valor” que a rentabilidade positiva da Seara é a tendência, dizendo que “é daqui pra cima”. O momento favorável da carne suína e de frango no Brasil é, principalmente, por conta dos preços internos estarem elevados e o custo da ração estar mais baixo.

Além de retomar o projeto de abertura de capital no país estadunidense, a JBS quer aproveitar o momento propício e avalia adquirir negócios nos mercados de exportação, mas de forma estratégica. O plano é passar a trabalhar apenas nas regiões onde já opera para garantir sinergias, como o abatedouro de suínos de Seberi (RS).

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“Tinha sinergia com a Seara e estava ligado ao aumento da demanda por carne suína”, disse Tomazi . O abatedouro foi adquirido por R$ 235 milhões.

“Estou muito otimista com o futuro da empresa: o ciclo da indústria é positivo e a JBS está em seu melhor momento na história”, afirma Tomazoni. “Uma listagem nos EUA criará um veículo forte para impulsionar o crescimento.”

Como parte dos esforços para melhorar o perfil da dívida da companhia, a JBS vai usar U$ 300 milhões gerados em suas operações nos EUA para amortizar dívidas como parte de um acordo com brancos brasileiros.

O pagamento será feito em setembro, conforme o vice-presidente, Guilherme Cavalcati. A medida ajudará a JBS a liberar garantiar e acessar linhas de crédito maiores e mais baratas.

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Ademais, segundo informações do “Estadão”, a JBS deverá aumentar em 15% e 20% a capacidade de exportação das unidades frigoríficas brasileiras que vendem à China e que já estão em operação. “As habilitações de novas plantas estão fora do nosso controle”, afirmou o presidente da JBS América do Sul, Wesley Batista Filho.

Jader Lazarini

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