O surto de febre suína africana na China pode ter acometido a morte do dobro do número oficialmente divulgado de porcos reprodutores no país, conforme apuração da agência “Reuters”. Após a divulgação da informação, as ações da JBS, da BRF e da Marfrig iniciaram o pregão em alta.
No fechamento desta segunda-feira (1º), as ações ordinárias (ON) subiam:
- JBS (JBSS3): alta de 5,51% com cotação a R$ 22,39.
- BRF (BRFS3): alta de 8,67% com cotação a R$ 32,08.
- Marfrig (MRFG3): alta de 3,02% com cotação a R$ 6,48.
“Algo como 50 por cento das porcas estão mortas”, afirmou o veterinário Edgar Wayne Johnson à agência. As fêmeas adultas representam cerca de um em cada 10 porcos. A redução da quantidade das porcas implica em diminuição similar no total da produção de suínos, conforme especialistas.
Três produtores de vacinas e aditivos alimentares para animais também estimam perdas entre 40% a 50% do total de porcas. A projeção foi feita com base:
- na queda nas vendas dos produtos de suas empresas;
- e no conhecimento direto da extensão da doença em fazendas da China.
Em junho, os preços de carne suína começaram a subir no mercado chinês. Segundo o ministério da Agricultura da China os preços poderão aumentar em até 70% nos próximos meses, devido à menor oferta.
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Peste suína africana
A peste suína africana é mortal para porcos, mas não afeta humanos. A doença é causada por um vírus pertencente à família Asfarviridae.
Os sintomas da peste suína africana (nos porcos) são febre alta, sangramento e dificuldade respiratória, segundo o veterinário Enrico Ortolani. “Ela não passa para os humanos. Mas é contagiosa e fatal para os animais porque não tem vacina nem cura”, explicou o veterinário.
Produção e consumo de carne suína na China
Os porcos foram mortos devido à doença, e também devido ao abate sanitário, para evitar a disseminação da peste suína africana. O dado divulgado pelo ministério da Agricultura da China era de que os rebanhos de porcos no país tinham caído 23,9% em maio, ante abril.
A carne suína é a principal proteína consumida na China, representando cerca de 60% do consumo de carne chinesa. Do mundo, os chineses são os maiores consumidores da carne suína.
São cerca de 40 milhões de suinocultores no país asiático. Que tornam o país asiático também o maior produtor mundial de carne suína, com cerca de 54 milhões de toneladas por ano.
Com a menor oferta da proteína suína China, a demanda aumenta por outras fontes do alimento. No Brasil, as gigantes JBS, BRF e Marfrig se beneficiam.