Japão cria programa de subsídio a empresas que deixarem a China
O governo do Japão criou um programa de subsídios para repatriar empresas que decidirem deixar a China. O programa, que visa trazer de volta para casa cadeias de suprimentos e ficar menos dependente da atividade econômica chinesa, auxiliará as companhias em um total de 57,4 bilhões de ienes (cerca de R$ 2,88 bilhões).
Segundo o Ministério da Economia do Japão, em anúncio na última sexta-feira (17), 57 empresas estariam aptas a entrar no programa, incluindo a fabricante de máscaras Iris Ohyama Inc. Além disso, 30 companhias serão auxiliadas na transferência de suas operações da China para Vietnã, Mianmar, Tailândia e demais países do Sudeste Asiático. O valor oficial não foi revelado.
Segundo o jornal especializado “Nikkei”, as autoridades governamentais japonesas pagarão um total de 70 bilhões ienes (aproximadamente R$ 3,52 bilhões) nos programas. As iniciativas partiram dos 243,5 bilhões de ienes (R$ 12,26 bilhões) destinados pelo governo do Japão em abril, no combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19); sobretudo na diminuição da dependência da China.
A decisão do Japão ganhou força ao passo que a guerra comercial entre Estados Unidos e China se intensificou nos últimos meses, em meio à uma tentativa — quase global — de desacelerar a economia e empresas chinesas. No ano passado, Taiwan fez um movimento parecido, trazendo de volta para seu território boa parte de sua força de trabalho. Nenhum outro país da região decidiu por repatriar suas empresas formalmente.
Historicamente, a China é um grande parceiro comercial do Japão, onde grandes empresas nipônicas possuem enormes investimentos. No entanto, a relação se tornou estremecida com a pandemia, assim como a própria imagem chinesa para o governo japonês.
Saiba mais: Japão atrai empresas do setor financeiro de Hong Kong, impactadas pela crise
Desde 2012, quando as tensões entre os países foi elevada, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, vem tentando estreitar e melhorar as relações com a potência vizinha. Entretanto, a crise causada pelo coronavírus e a disputa territorial sobre ilhas e campos de gás no Mar da China Oriental atrapalharam esses planos.