Bolsonaro diz que não ‘entende nada’ de economia e fala ‘tudo’ com Paulo Guedes

O presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu na sexta-feira (19) que não “entende nada” de economia e, por isso, fala “tudo” sobre o assunto com o ministro da Economia Paulo Guedes, que comanda sua equipe econômica. O ministro, que era chamado de “Posto Ipiranga” na campanha eleitoral de 2018, contudo, foi perdendo poder ao longo do governo.

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“Eu não entendo nada de economia e falo tudo que tem que falar com o Paulo Guedes, para ninguém ouvir. PG, e daí? Em algumas poucas vezes, eu tenho razão. Na maioria das vezes, ele conserta o negócio e toma providências”, declarou o presidente Jair Bolsonaro, em entrevista à 98 FM, web rádio de Belo Horizonte (MG).

Guedes começou o governo como “superministro”. A pasta da Economia reuniu, em 2019, diversos ministérios, como a Fazenda, o Planejamento e a Indústria e Comércio. No entanto, para abrigar o aliado Onyx Lorenzoni, o presidente decidiu recriar no ano passado o Ministério do Trabalho e Previdência, que estava sob o comando da Economia até então.

Em dezembro, o governo também determinou que a Casa Civil teria a palavra final sobre a gestão do Orçamento, prerrogativa que por décadas havia sido da equipe econômica. A decisão representou uma vitória do Centrão, que passou a sustentar o governo Bolsonaro no Congresso.

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Deve haver nova deflação em agosto, diz Bolsonaro

Na entrevista à rádio 98 FM, o presidente Jair Bolsonaro disse que procurou reduzir os preços dos combustíveis desde que assumiu o Palácio do Planalto. Na prática, o governo patrocinou um projeto de lei que fixou um teto de 17% para o ICMS que incide, por exemplo, sobre diesel e gasolina às vésperas da eleição.

As campanhas eleitorais tiveram início na terça-feira (16). Aconselhado por integrantes da campanha à reeleição a falar de economia para conquistar votos, o presidente também afirmou que em agosto deve haver nova deflação no país, como ocorreu em julho.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, apresentou uma retração de 0,68% no mês de julho, na menor taxa mensal já registrada desde o início da série histórica em 1980, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração de julho foi produzida, em grande parte, pelas reduções nos preços dos combustíveis anunciadas pela Petrobras e por medidas legislativas, conduzidas por Bolsonaro, que desoneraram os próprios combustíveis.

Com Estadão Conteúdo

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Beatriz Boyadjian

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