O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), 63, foi eleito presidente do Brasil neste domingo, no segundo turno das eleições presidenciais. Matematicamente, não é mais possível que o candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, ultrapasse o pesselista.
Com 98,89% dos votos apurados, Bolsonaro soma 55,29% dos votos válidos, enquanto Haddad tem 44,71%.
Esta é a primeira eleição presidencial que Bolsonaro participa. Agora, ele se torna o 42º presidente da história e o oitavo desde o fim do regime militar.
O capitão do Exército também será o 16º presidente militar da história e o terceiro eleito pelo voto popular – os outros foram Hermes da Fonseca e Eurico Gaspar Dutra.
A campanha
A campanha presidencial de 2018 foi cheia de ineditismos. A ocorrência mais séria foi o atentado a faca que Jair Bolsonaro sofreu enquanto fazia campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, no dia 6 de setembro.
Por causa da facada, Bolsonaro ficou internado por 23 dias e recebeu alta pouco mais de uma semana antes do primeiro turno.
O candidato do PSL também enfrentou outros desafios, como o pouco tempo de TV – 8 segundos -, que historicamente era um fator definidor para o pleito presidencial. Além disso, faz parte de um partido até então pequeno, que elegeu 52 deputados, e tinha pouco dinheiro do fundo partidário.
Para driblar o pouco tempo de TV, a campanha de Bolsonaro utilizou a internet, principalmente as redes sociais, para atingir seus eleitores.
A campanha também passou por diversas polêmicas. A última delas foi relacionada justamente ao WhatsApp. De acordo com a Folha de S. Paulo, empresários estariam pagando para envio em massa de publicidade por meio da plataforma, o que configuraria caixa 2.
Além disso, também houve “caneladas”, como o próprio candidato definia as declarações desencontradas dadas por membros da campanha. A última delas foi a declaração do filho do agora presidente, que disse, em uma palestra, que bastariam um cabo e um soldado para o fechamento do Supremo Tribunal Federal. A fala foi duramente reprimida por ministros da Corte.
Ainda assim, mostrou que a organização da sua campanha teve um desempenho superior à petista e em nenhum momento sua liderança nas pesquisas foi ameaçada.
No final, com uma diferença de mais de 10 milhões de votos, mais de 57 milhões de eleitores levam Jair Bolsonaro a ocupar o Palácio do Planalto.