O presidente-executivo do Twitter (NASDAQ: TWTR), Jack Dorsey, utilizou a rede social para afirmar que a decisão de banimento permanente do presidente Donald Trump da plataforma foi correta. No entanto, para ele, isso pode abrir um “precedente perigoso”.
O executivo escreveu que “não celebra ou sente orgulho” de ter retirado Trump do veículo, mas que essa foi a “decisão correta”. Mesmo salientando que havia sido dado um aviso claro antes da tomada dessa decisão, ele diz que a proibição “é uma falha em promover uma conversa saudável”.
Para Dorsey, o perigoso precedente que é aberto ocorre pelo fato de que essas ações das lideranças das redes sociais “fragmenta a conversa pública”, pois certos indivíduos ou empresas acumulam grande poder sobre uma parte das conversas públicas globais.
O fundador do Twitter ressaltou que se as pessoas não concordarem com as normas da rede social, poderiam procurar outra plataforma com esse fim. Entretanto, esse conceito foi desafiado na última semana. Dorsey citou a decisão de provedores de internet a se recusarem a hospedar a rede social Parler, comumente utilizada por simpatizantes da extrema direita.
O executivo, ainda, também disse que é preciso examinar criticamente as políticas aplicadas nesses casos, e assumiu que “precisamos ver como nosso serviço pode incentivar distrações e danos”. Para ele, uma alternativa descentralizada seria a melhor opção para uma internet “livre e aberta”. Ele tem o funcionamento do Bitcoin como exemplo.
“A razão pela qual tenho tanta paixão por Bitcoin é em grande parte por conta do modelo que demonstra: uma tecnologia básica de Internet que não é controlada ou influenciada por nenhum indivíduo ou entidade. Isso é o que a internet quer ser e, com o tempo, será”, escreveu.
The reason I have so much passion for #Bitcoin is largely because of the model it demonstrates: a foundational internet technology that is not controlled or influenced by any single individual or entity. This is what the internet wants to be, and over time, more of it will be.
— jack (@jack) January 14, 2021
“Isso levará tempo para construir. Estamos entrevistando e contratando pessoas, procurando começar do zero ou contribuir com algo que já existe. Não importa a direção final, faremos esse trabalho totalmente por meio da transparência pública”, concluiu Dorsey acerca dos próximos passos do Twitter.
Banimento de Trump faz com que redes sociais percam US$ 51 bilhões em valor de mercado
A conta pessoal do presidente Trump no Twitter foi suspensa na última sexta-feira (8). A página era o principal meio de comunicação do mandatário com seu público — ele tinha cerca de 89 milhões de seguidores.
A decisão foi seguida por Facebook (NASDAQ: FB) e Instagram, que fazem parte do mesmo grupo, suspedendo a conta do presidente para até ao menos a transferência do poder para o presidente eleito Joe Biden, que acontecerá na próxima quarta-feira (20).
O movimento fez com que US$ 51,2 bilhões (o equivalente a R$ 271,87 bilhões) em valor de mercado das gigantes sumisse somente nos últimos dois pregões, traduzindo o que muitos dizem que foi um ato de “censura” das empresas.
Na última quarta-feira (13) o YouTube, plataforma de vídeos do Google (NASDAQ: GOOG), também anunciou a suspensão do canal do presidente por violar as políticas de incitação à violência.
As ações das empresas de mídia social, no entanto, podem acabar tornando-se um tiro no pé. Na segunda-feira passada (12), a CNN noticiou que o presidente Trump poderia retaliar em razão dos banimentos, embora essa possibilidade ainda não esteja clara.
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