A Itaúsa (ITSA4) fechou a venda de 8 milhões de ações da XP. As informações são do jornal Valor Econômico.
A venda das ações da XP foi fechada a um preço de US$ 23,25 pela Itaúsa.
Com isso, após essa venda, a holding passa a deter cerca de 5 milhões de papéis da XP.
Originalmente essas ações eram do Itaú (ITUB4), que à época da aquisição chegou a ter uma participação societária de 49% da XP. Posteriormente, o banco decidiu distribuir as ações para sua base de acionistas.
Com isso, a Itaúsa, que controla o Itaú, passou então a ser um acionista relevante da XP.
Venda de ações está em linha com estratégia da Itaúsa
O movimento de venda de ações da XP pela Itaúsa tem sido reforçado pelos executivos da companhia, inclusive o CEO, Alfredo Setubal.
Em eventos recentes – como o Panorama Itaúsa – Setubal reforçou que o foco atual da holding é diminuir os investimentos no segmento financeiro, o qual a XP faz parte.
Como visto nos últimos movimentos recentes – a exemplo da compra da fatia societária da CCR (CCRO3) -, o foco da holding tem sido fazer aportes no segmento de infraestrutura.
Com isso, a expectativa é de que o Itaú seja praticamente a única companhia do setor financeiro sob o guarda-chuva da holding.
Atualmente, a Itaúsa tem participação societária na Aegea, CCR (CCRO3), Dexco (DXCO3) Copa Energia, Alpargatas (ALPA4) e outras.
Itaúsa: lucro é de R$ 4,578 bi no 3T23, salto de 29,3% na comparação anual
A holding de investimentos Itaúsa (ITSA4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,578 bilhões no terceiro trimestre deste ano, número 29,3% maior que o do mesmo período de 2022. De acordo com a Itaúsa, foi o maior lucro líquido recorrente da história da companhia, graças ao desempenho operacional das investidas e à marcação a mercado positiva das ações da XP detidas pela empresa.
O resultado recorrente das empresas investidas da Itaúsa foi de R$ 4,425 bilhões, um aumento de 23% em um ano puxado pelas participações no setor financeiro. O resultado do Itaú Unibanco (ITUB4) atribuído à empresa foi de R$ 3,588 bilhões, alta de 19% em um ano, enquanto o da XP (XPBR31) foi de R$ 922 milhões, sendo que R$ 871 milhões vieram de ajuste da participação a valor de mercado.
Após vender boa parte da posição acionária na XP, a Itaúsa passou a mensurar sua participação na empresa pelo valor de mercado, o que ajudou no resultado positivo. De julho a setembro, a companhia vendeu 8,7 milhões de ações de classe A da XP, arrecadando R$ 1 bilhão. Com isso, passou a deter 2,7% do capital da empresa.
Por outro lado, houve um ajuste negativo no valor justo da transportadora de gás NTS, que levou a participação a ter um resultado negativo de R$ 238 milhões no trimestre. A queda no valor reflete a deflação do IGP-M de 2023 sobre as tarifas cobradas pela companhia.
O endividamento líquido da Itaúsa caiu 70,3% entre setembro de 2022 e o mesmo mês deste ano, para R$ 1,726 bilhão. “No 3T23 da Itaúsa deste ano, a companhia continuou executando sua estratégia de desalavancagem, considerando o cenário macro local e internacional desafiador, e destinou parte dos recursos obtidos com a alienação de ações da XP para reforço de caixa e antecipação do pagamento de dívidas contraídas para os investimentos realizados nos últimos anos”, disse o presidente da holding, Alfredo Setubal.
O patrimônio líquido da Itaúsa encerrou o trimestre em R$ 79,738 bilhões, um crescimento de 12,6% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente ficou em 23,4%, crescimento de 2,9 pontos porcentuais no intervalo de 12 meses.
Ao todo, a Itaúsa tinha R$ 88,685 bilhões em ativos no final de setembro. O número era 7,3% maior que o registrado no mesmo mês de 2022.
Com Estadão Conteúdo