A Itaúsa (ITSA4) anunciou nesta terça-feira (11) que a agência de risco S&P Global Ratings iniciou a cobertura da companhia, atribuindo o rating de crédito corporativo de longo prazo ‘brAAA’, com perspectiva estável.
Segundo a agência, a classificação do rating representa a robusta posição de caixa da Itaúsa e a melhora nas métricas de alavancagem, resultado do reforço da liquidez obtida com as vendas de participação acionária na XP Investimentos.
Nesta semana, a Itaúsa comunicou que rescindiu o acordo de acionistas da XP Investimentos, mudança que pode impactar o resultado do terceiro trimestre de 2023.
Outro ponto destacado no relatório da S&P é a desalavancagem da Itaúsa iniciada em dezembro de 2022, associada à diversificação do portfólio em setores não financeiros que contribuem para a estabilidade dos resultados da Itaúsa, apesar do mercado volátil.
Itaúsa e XP (XPBR31) rompem acordo de acionistas
A Itaúsa e a XP (XPBR31) rescindiram o Acordo de Acionistas que mantinham, conforme comunicado em fato relevante na última segunda-feira (10).
Atualmente a Itaúsa vem de uma toada de vendas de ações da XP e detém 4,28% do capital social total da companhia, além de 1,51% do capital votante.
“Com essa Rescisão, os membros indicados pela Itaúsa no Conselho de Administração e no Comitê de Auditoria da XP renunciarão aos seus cargos oportunamente e, com isso, a Itaúsa deixará de registrar contabilmente o investimento na XP pelo método de equivalência patrimonial, passando a tratá-lo como ativo financeiro mensurado a valor justo“, diz a companhia sobre o rompimento do acordo de acionistas.
“Essa mudança no tratamento contábil pela Itaúsa, conforme exigido pelas normas contábeis, impactará positivamente o resultado do terceiro trimestre de 2023 em, aproximadamente, R$ 860 milhões (valor líquido), considerando a cotação da ação da XP e a taxa de câmbio de fechamento de 7 de julho de 2023″, completa.
Segundo a empresa, a holding manterá o plano de desinvestimento na XP, conforme já comunicado, por não se tratar de ativo estratégico.
Itaúsa: lucro do 1T23 caiu 0,6%
A Itaúsa registrou um lucro líquido recorrente de R$ 2,671 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T23), cerca de 0,6% menor que o valor observado no mesmo trimestre de 2022.
Segundo o documento, o resultado da Itaúsa foi influenciado pela venda de ações da XP Inc., o que gerou uma contribuição positiva de R$ 1,132 bilhão no resultado trimestral.
O lucro líquido da Itaúsa apresentou queda de 24,7% no primeiro trimestre de 2023, para R$ 2,798 bilhões, quando comparado a igual etapa do ano passado.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) recorrente ajustado chegou a 14,6% no primeiro trimestre de 2023, cerca de 1,8 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo trimestre do ano passado, que era de 16,4%.
O resultado financeiro da empresa foi novamente negativo no 1T23, em R$ 182 milhões, enquanto no primeiro trimestre de 2022 o valor fora negativo em R$ 112 milhões.
As despesas administrativas somaram R$ 32 milhões no trimestre, o que representa uma queda de 9% na comparação com igual etapa do ano anterior.
Conforme explicou a companhia, um dos fatores que motivaram essa queda foi a diminuição das despesas de pessoal e honorários, com a reversão de provisão decorrente de alterações no plano de incentivo de longo prazo.
Por fim, o patrimônio líquido da companhia teve uma alta 12,3% no 1T23, chegando a R$ 73,632 bilhões. Os ativos totais, por sua vez, são R$ 84,517 bilhões, com crescimento anual de 14,5%.
Por outro lado, o balanço trimestral da Itaúsa mostrou que o endividamento líquido também avançou, chegando a R$ 3,944 bilhões no primeiro trimestre de 2023, com aumento anual de 18,1%.
Cotação
Hoje, as ações a Itaúsa tiveram queda de 0,93%, cotada em R$ 9,6.
Cotação ITSA4