Passada a temporada de balanços do segundo trimestre deste ano, o Banco Safra reajustou o modelo para o Itaú (ITUB4). Consequentemente, a recomendação para Itaúsa (ITSA4) também foi alterada, e a mudança é positiva.
O preço-alvo para as ações preferenciais da holding saiu de R$ 14,50 para R$ 15, com recomendação de compra. “Ainda vemos as ações da Itaúsa como o veículo de investimento mais barato para investir no Itaú“, diz o Safra, argumentando que atualmente o desconto está em 24%, contra uma média histórica de 21%.
A Itaúsa possui participações Dexco (DTEX3), Alpargatas (ALPA4), Aegea Saneamento, XP, NTS e Copagaz, além do Itaú. Contudo, quase 90% dos resultados da holding estão atrelados ao banco, em função do tamanho da posição acionária.
De acordo com o Safra, o desconto sobre a participação do Itaú (com uma fatia de 37% do banco) pode ser atribuído à ineficiência tributária, devido ao PIS/Cofins sobre o fluxo de juros sobre capital, despesas corporativas da holding e menor liquidez, mas os níveis atuais “parecem exagerados”.
No âmbito da reforma tributária, o PIS/Cofins sobre JCP poderá deixar de existir, o que pode trazer maior atratividade às ações da Itaúsa, pois o desconto cairia cinco pontos percentuais.
Alocação de capital eficiente e diversificação da Itaúsa
Outro argumento do Safra para um menor desconto diz respeito aos bons investimentos da Itaúsa em alguns casos, como NTS e Alpargatas.
A holding está gradualmente diluindo sua exposição ao Itaú, procurando diversificar suas operações, algo aclamado pelo mercado.
Recentemente, a empresa comprou 8,5% do capital da Aegea Saneamento, por R$ 1,3 bilhão.
“Além disso, destacamos que algumas ações da carteira da Itaúsa apresentaram bom desempenho neste ano, como é o caso da Dexco (antiga Duratex), com alta de 13% no acumulado do ano, e da Alpargatas, que subiu 38% no acumulado do ano.”
Por outro lado, pontua o Safra, o desempenho do Itaú está quase estável no acumulado do ano, o que ajudou a Itaúsa a aumentar a diversificação do portfólio, ao menos a preços de mercado.
Um outro movimento para ficar no radar se refere à participação na XP. Atualmente, o Itaú representa 88% do Net Asset Value (NAV) do portfólio da Itaúsa, e após a cisão da participação da XP, devemos ver o Itaú representando cerca de 72%, enquanto o XP deve representar aproximadamente 16%.
“Se a Itaúsa distribuir ações da XP para seus acionistas, poderíamos ver uma otimização fiscal levando a diferença de desconto a reduzir”, comentaram os analistas do Safra.