A Itaúsa (ITSA4) divulga seu resultado referente ao quarto trimestre de 2022 (4T22) nesta segunda (20), após o fechamento do mercado, em data descolada dos bancos – que tradicionalmente dão o pontapé inicial da temporada de balanços.
A expectativa é de que o resultado tenha uma correlação – como sempre – com o resultado do Itaú (ITUB4), que teve provisionamento da Americanas (AMER3), sendo um dos maiores credores da varejista.
Atualmente, o UBS-BB tem recomendação de compra para os papéis da holding financeira, com preço-alvo de R$ 12, citando a empresa como uma das favoritas dentre o setor financeiro.
“Nós derivamos nossas metas de preço para Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil, Nu, XP Inc.,
BTG Pactual, Pan e Inter & Co, usando um modelo DDM de três estágios. Para Itaúsa, nosso preço alvo é derivado pela soma das partes dos ativos da empresa, usando uma meta de 15% desconto”, explicam os analistas sobre o valuation feito.
A estimativa da casa é de que a empresa mostre um dividend yield (DY) de 5,5% neste ano e de 9,5% no próximo ano, de 2024.
Especialistas do Goldman Sachs, em seu último parecer – de 31 de janeiro – rebaixaram os papéis para recomendação neutra.
“Embora vejamos que novas aquisições podem ajudar gradualmente a diversificação de receitas, consideramos potenciais riscos de execução associados à adição de novos investimentos no portfólio da holding”, destacam os analistas do banco.
Com essa mudança na tese do Goldman Sachs, o preço-alvo para as ações da Itaúsa passou a ser de R$ 10, ante R$ 10,70 anteriores.
A projeção é de que a companhia gere R$ 15,5 bilhões em receita e mostre um lucro por ação de R$ 1,56 em 2023.
Para o acumulado deste ano, a projeção é de R$ 1,45, contemplando o resultado da Itaúsa no 4T22.
Analistas do BTG Pactual, que não cobre o papel, teceram comentários positivos em um relatório sobre o setor de bancos.
“Nós falamos isso no passado mesmo que as ações da Itaúsa estejam fora da nossa cobertura de análise. E, no momento, mantemos nossa visão”, dizem os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.
“A Itaúsa tem uma capitalização de mercado [market cap] de R$ 77 bilhões, enquanto as fatias detidas da Itaú (ITUB4) e na XP (XPBR31) somam R$ 98 bilhões, implicando em uma avaliação [valuation] negativa em R$ 21 bilhões do restante do portfólio, o que nos parece injusto dada a qualidade e relevância das empresas”, completaram os analistas.
Segundo a casa, a holding tem uma capitalização de mercado [market cap] de R$ 77 bilhões, enquanto as fatias detidas da Itaú (ITUB4) e na XP (XPBR31) somam R$ 98 bilhões, implicando em uma avaliação [valuation] negativa em R$ 21 bilhões do restante do portfólio.
Segundo o BTG, isso “parece injusto dada a qualidade e relevância das empresas”.
Administração da Itaúsa estima retomar ‘patamar histórico de dividendos’
Em evento a investidores e o público em geral coberto pelo Suno Notícias, o CEO da Itaúsa (ITSA4), Alfredo Setubal, destacou que a holding pretende ‘retomar o patamar histórico de dividendos da Itaúsa’.
“Vejo, no médio prazo, a Itaúsa retomando seus níveis históricos de dividendos, na casa dos 37% a 40% do nosso resultado [payout]”, disse Setubal.
Segundo o executivo, isso ocorre pelo fato de que atualmente a holding financeira está em um “vale”, dado o momento de redução e amortização de dívida das empresas que fazem parte do portfólio.
Como exemplo, até mesmo as vendas de ações da XP (XPBR31) foram utilizadas para esse fim.
Em simultâneo, a Itaúsa prevê incrementar as avenidas de crescimento das suas companhias, como Alpargatas (ALPA4), DexCo (DXCO3) e Aegea.
“No momento atual estamos em um ‘vale’. É um ‘vale’ por uma boa razão. As empresas em que investimos estão crescendo muito, estão desalavancando balanços de dívidas que tomaram no passado para investir. Além disso, o Itaú está pagando o dividendo mínimo”, disse Alfredo Setubal.
“Quando as dívidas estiverem menos relevantes nos balanços das empresas, poderemos pagar dividendos maiores. O próprio banco [Itaú] deve aumentar o dividendo mínimo nos próximos anos e aumentar o que retornamos para nossos acionistas”, concluiu o CEO da Itaúsa.