A Moody’s elevou, em sua Escala Nacional Brasil, o rating de crédito corporativo de longo prazo atribuído à Itaúsa (ITSA4) e às suas 3ª e 4ª emissões de debêntures sêniores sem garantia, de ‘AA+.br’ para ‘AAA.br’, com perspectiva estável, destacando a diversificação de portfólio de investimentos da holding, bem como seu nível de alavancagem.
De acordo com a agência, a classificação do rating de crédito da Itaúsa reflete a “contínua diversificação do seu portfólio de investimentos, a redução dos níveis de alavancagem e a liquidez confortável para o serviço das dívidas”.
Além disso, a elevação do rating de crédito, segundo a Moody’s, “deve-se à prudência da companhia na gestão financeira e ao seu nível de alavancagem, bem como à situação patrimonial robusta, ao acesso a capital, ao fortalecimento contínuo de seu perfil de crédito e aos fundamentos consistentes”, acrescentou.
Itaúsa (ITSA4): lucro sobe 14,5% no 2T23 e vai R$ 3,437 bi
A Itaúsa fechou o segundo trimestre de 2023 com lucro líquido recorrente de R$ 3,437 bilhões, o que representa alta de 14,5% em relação ao mesmo intervalo de 2022, segundo balanço divulgado no mês passado.
Em empresas financeiras investidas da Itaúsa no 2T23, houve alta de 15% em relação ao período de abril a junho de 2022, para R$ 3,217 bilhões. Os resultados de empresas investidas não financeiras apresentaram queda de 48% em relação ao segundo trimestre de 2022, para R$ 254 milhões.
“O resultado recorrente proveniente das empresas investidas, refletido na Itaúsa no segundo trimestre de 2023, foi de R$ 3,4 bilhões, crescimento de 4% sobre o mesmo período do ano anterior, devido ao desempenho consistente do seu portfólio de investimentos”, afirma, na mensagem da administração.
Houve, ainda, inversão do resultado próprio, positivo em R$ 248 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo o resultado negativo de R$ 126 milhões do mesmo período do ano passado.
A maior parte do resultado, R$ 3,162 bilhões, veio do Itaú Unibanco (ITUB4), que é o principal investimento da Itaúsa, um aumento anualizado de 17%.
No segundo trimestre, as despesas administrativas da Itaúsa somaram R$ 43 milhões, queda de 9% em um ano, e as despesas tributárias foram de R$ 114 milhões, alta de 47% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
“A Itaúsa apresentou resultados consistentes no segundo trimestre de 2023, refletindo a solidez e resiliência do portfólio da holding, composto por marcas líderes em seus segmentos de atuação”, afirmou Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa.
Patrimônio e endividamento da Itaúsa
Os ativos totais da Itaúsa somavam R$ 88,423 bilhões ao fim do segundo trimestre, alta de 16,6% em relação ao mesmo intervalo de 2022. Já o valor de mercado das participações da empresa era de R$ 115,2 bilhões, alta de 20% na mesma base comparativa.
Ao mesmo tempo, o valor de mercado da holding era de R$ 93,522 bilhões no final do segundo trimestre. Isso implica em um desconto de holding de 18,8%, segundo a empresa. No final de junho de 2022, a diferença era de 23,6%.
“Considerando os fundamentos que o justificam, a administração da Itaúsa acredita que o atual patamar de desconto ainda está acima do que considera adequado para o indicador”, afirma a empresa, no informe de resultados.
O patrimônio líquido da Itaúsa era de R$ 76,868 bilhões ao fim de junho, alta de 13,9% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (o ROE da Itaúsa, na sigla em inglês) médio no primeiro trimestre foi de 19,1%, 0,6% a mais do que o de 12 meses antes. Pelo critério recorrente, era de 18,3%, alta de 0,3%.
Em junho de 2023, o endividamento líquido da Itaúsa somava R$ 2,786 bilhões, queda de 19,9% no espaço de um ano. O prazo médio da dívida da companhia era de 4 anos e 1 mês e custo médio de CDI + 1,61% a.a.
“Se considerarmos a alienação de 5,6 milhões de ações da XP realizada em julho e o valor das 17,9 milhões de ações remanescentes da XP, as quais são importante fonte de liquidez, o caixa pro forma da Itaúsa totalizaria R$ 6,6 bilhões”, destaca.
Com Estadão Conteúdo