A Itaúsa (ITSA4), holding controladora do banco Itaú (ITUB4), apresentou nesta segunda-feira (18), logo após o fechamento do mercado, os seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2023 e o consolidado do ano.
O lucro líquido recorrente da Itaúsa — que também tem investimentos em outras empresas listadas como Alpargatas (ALPA4), Dexco (DXCP3) e CCR (CCRO3) — foi de R$ 3,460 bilhões nos últimos três meses do ano, uma alta de 3% no comparativo anual. Em 2023, o montante foi de R$ 14,1 bi, também em alta de 3%.
As despesas administrativas da companhia tiveram alta de 9% com relação ao quarto trimestre de 2022, indo a R$ 51 milhões. No ano, o total foi de R$ 177 milhões — um crescimento de 6%. Segundo as notas da administração no release de resultados da Itaúsa no 4T23, o número é um reflexo de maiores investimentos nas estruturas de Gestão de Portfólio e Investimentos, criação da área de inteligência ESG e maiores gastos com garantias de contencioso.
O lucro líquido da Itaúsa foi afetado pelo impacto de efeitos não recorrentes — como o rebalanceamento dos investimentos (impairments) feitos pela Alpargatas e o impacto da venda do Banco Itaú Argentina feita pelo Itaú. No ano, o efeito negativo foi de R$ 666 milhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido recorrente (ROE, na sigla em inglês recuou 1,7 ponto percentual no comparativo com o mesmo período do ano anterior, indo a 17%.No consolidado do ano, a queda foi de 2,5 pontos percentuais, a 17,4%.
O resultado recorrente proveniente das empresas investidas, refletido no resultado da Itaúsa em 2023, foi de R$ 13,5 bilhões, aumento de 6% sobre o mesmo período do ano anterior, com destaque para os resultados crescentes do Itaú Unibanco, do Grupo CCR, da Copa Energia e da Aegea.
Itaúsa: valor de mercado tem alta
Na Itaúsa, o ano foi marcado pela conclusão do desinvestimento feito na XP Inc. Em 2023, a companhia se desfez de 35,5 milhões de ações, arrecadando um total de R$ 3,8 bi — com 14,7 milhões de papéis vendidos ao longo do quarto trimestre.
O fluxo de caixa encerrou o 4T23 da Itaúsa com R$ 3,156 bilhões em saldo — para a administração, os destaques de movimentações do ano ficaram com os proventos vindos do Itaú, a venda das ações da XP, a emissão de R$ 1,2 bi em debêntures, o pagamento de proventos aos acionistas e amortização antecipada de R$ 3,7 bi em dívidas com debenturistas, entre outras.
O resultado financeiro atingiu R$ 106 milhões negativos no quarto trimestre de 2023, melhora de R$ 96 milhões frente ao mesmo intervalo de 2022, devido principalmente à redução das despesas com juros em função das liquidações antecipadas realizadas no final de 2022 (R$ 1,8 bilhão) e no segundo semestre de 2023 (R$ 2,5 bilhões), além da queda observada na taxa de juros no ano passado. No consolidado, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 572 milhões, melhora de R$ 46 milhões em relação a 2022.
O endividamento líquido da Itaúsa caiu 82,9% entre dezembro de 2022 e o mesmo mês de 2023, para R$ 652 milhões.
O patrimônio líquido da Itaúsa encerrou o último trimestre do ano em R$ 82,952 bilhões, um crescimento de 13,9% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente ficou em 17%, queda de 1,7 pontos porcentuais no intervalo de 12 meses.
Ao todo, a Itaúsa tinha R$ 89,898 bilhões em ativos no final de dezembro de 2023. O número era 8% maior que o registrado no mesmo mês de 2022.
Como holding, a Itaúsa é uma empresa que concentra investimentos em outras companhias — Itaú, Alpargatas, Dexco, CCR, Aegea, Copa Energia e NTS. Atualmente, o valor de mercado de seu portfólio é de R$ 136,5 bilhões — alta de 34% nos últimos 12 meses.