Em teleconferência após a divulgação dos resultados do 2T22, o CEO da Itaúsa (ITSA4), Alfredo Setúbal, afirmou que os dividendos distribuídos pela empresa devem voltar ao patamar histórico de 40% do lucro líquido nos próximos três anos.
Até lá os dividendos da Itaúsa devem representar um payout de 25% do lucro líquido, representando um ‘vale’.
Segundo as falas do executivo, as companhias detidas pela holding tem planos de investimento e devem priorizar isso no management do seu caixa livre.
“Aegea tem investimentos enormes na área de saneamento. NTS tem planos de investimento e CCR também possui compromissos assumidos na concessão de estradas e aeroporto”, disse Setúbal.
Além disso, citou que outra prioridade da companhia é ampliar a carteira de crédito no médio prazo.
Setúbal também afirmou que entre 2017 e 2018, o payout do banco foi atípico, na casa dos 90%, o que não deve voltar a ocorrer nos próximos anos.
“Imaginamos que a partir do terceiro ano, estes dividendos das empresas não financeiras ganhem relevância e cresçam ano a ano em relação aos dividendos do Itaú”, disse, se referindo à ‘meta’ de 40% de payout da holding financeira.
“Se o investidor está recebendo menos dividendos, por outro lado a companhia está com um ganho patrimonial relevante”, acrescentou.
Veja o resultado da Itaúsa
A companhia divulgou nesta segunda que obteve lucro líquido recorrente de R$ 3,018 bilhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), de acordo com release divulgado na segunda (15).
Essa valor representa aumento de 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido caiu 12,5% na mesma base comparativa, para R$ 3,076 bilhões.
“O lucro líquido foi afetado por eventos não recorrentes, que totalizaram efeito negativo de R$ 58 milhões no 2T22”, diz o balanço da Itaúsa.
- Na holding, houve resultado não recorrente relativo ao recebimento de earn-outs oriundos da venda da Elekeiroz.
- No Itaú, o principal efeito foi o impacto negativo relativo ao teste de readequação do passivo.
- Na Dexco, o resultado da LD Celulose, ainda em fase de ramp-up no 2T22, foi o principal evento não recorrente.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente chegou a 18%, queda de 1,1 ponto percentual sobre o mesmo período do ano anterior.
No final do trimestre, o ativo total da holding era de R$ 75,802 bilhões, alta de 9,2% em um ano. O patrimônio líquido, por sua vez, era de R$ 67,498 bilhões, acréscimo de 10,4% no mesmo período.
O resultado recorrente das empresas investidas totalizou R$ 3,302 bilhões no 2T22, aumento de 12% sobre o 2T21.
Já as despesas administrativas alcançaram R$ 47 milhões entre abril e junho, crescimento de 40% no comparativo anual.
O valor de ativos da Itaúsa no 2T22, com base no valor da ação mais líquida, a preferencial, era de R$ 73,6 bilhões, enquanto a soma das participações nas empresas investidas a valor de mercado totalizava R$ 96,3 bilhões, resultando em um desconto de 23,6%, redução de 0,3 ponto percentual ante os 23,9% no final de junho do ano passado.