Apesar do consenso de que o Itaú (ITUB4) lucraria mais de R$ 8 bilhões no acumulado do quarto trimestre de 2022 (4T22), analistas viram provisões tendo um efeito maior do que o esperado e deixando o lucro na casa dos R$ 7,66 bilhões.
Apesar da última linha aquém do esperado, os especialistas ainda descrevem o balanço do Itaú como positivo.
A XP, por exemplo, destaca que o resultado foi “sólido, apesar do lucro líquido abaixo do esperado” e cita uma provisão de R$ 1,3 bilhão relacionada a um evento subsequente (possivelmente a Americanas).
“Do lado positivo, esta provisão equivale a 100% da exposição do banco à empresa e limpa os resultados de 2023 de qualquer impacto adicional. Esse revés momentâneo, que correspondeu a menos de 10% do seu Lucro Líquido, pressionou seu ROAE para 19,3%, que vemos como ainda positivo e com tendência de recuperação nos próximos trimestres”, diz a casa.
Os analistas reiteraram a “visão favorável” com ITUB4, mantendo o preço-alvo em R$ 34.
O BB Investimentos destaca que vê “um conjunto de resultados equilibrado” e também mantém recomendação de compra, mas com preço-alvo de R$ 30,20.
“Excluindo o provisionamento extraordinário citado acima, o lucro teria sido de R$ 8,4 bilhões, equivalente a um ROE de 21%, o que, somado a poucas tendências dignas de apontamento negativo no trimestre, corrobora a nossa percepção da continuidade do bom momento do banco”, dizem os analistas da casa.
“Para o setor bancário, o ano de 2023 tende a ser de acomodação, incluindo menor crescimento de carteiras e pressão sobre os custos, mas com receitas financeiras robustas graças ao ambiente de maiores juros compensando tais reveses, e não esperamos algo essencialmente diferente para o Itaú”, projetam.
Considerando o guidance divulgado pelo banco, de margem financeira podendo chegar a 16,5% e crescimento da carteira de crédito em até 9%, o BB projeta lucro de R$ 35,9 bilhões para este ano.
Genial vê melhora após Itaú sofrer com ‘efeito Americanas’
Em linha com as demais análises, a Genial Investimentos destacou o ROE de 19,3% do banco e que o resultado “não foi fraco” apesar de ter ficado abaixo das projeções, sofrendo efeito dos “crédito tóxicos” da Americanas.
“Mas a melhor notícia é que, com o balanço limpo, a agenda volta ser de crescimento. Pelo menos é isso que o guidance de 2023 nos guia. Na nossa simulação, chegamos a um lucro de R$ 35,9 bilhões, representando um crescimento de 16,8% na base anual e ROE de 20,7% no meio da faixa do guidance de 2023 do banco”, diz a casa.
A recomendação da Genial também é de compra para as ações do Itaú, com preço-alvo de R$ 32.
“A carteira de crédito atingiu o montante de R$ 906 milhões, apresentando um crescimento de +2,9% na base trimestral e 10,6% na base anual, sendo impulsionado pelo crédito à pessoa física, que a frente de cartão cresceu +4,9% em relação ao trimestre anterior, devido ao efeito sazonal do produto, porém no na base anual houve uma desaceleração devido ao cenário mais desafiador e redução na emissão de cartões”, diz a casa sobre o resultado do Itaú no 4T22.
Desempenho de ITUB4
As ações do Itaú somam uma alta de cerca de 2% no acumulado dos últimos 12 meses, a R$ 24,55, segundo dados do Status Invest. O banco pagou R$ 1,01 em dividendos por ação preferencial no mesmo período, representando um dividend yield de 4,15%.