Itaú vai sobreviver às mudanças que o setor atravessa, diz Setubal

O copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), Roberto Setubal, declarou que o banco vai sobreviver às mudanças vividas pelo setor financeiro.

“Estamos em um momento de grande transformação. Muitos players estão surgindo e vão ter sucesso, e outros não. Um dos que vão estar aí daqui a dez anos é o Itaú Unibanco”, declarou Setubal durante um evento da Apimec realizado nesta terça-feira (3).

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Segundo Setubal, mesmo se a forma de atendimento aos clientes e de fazer negócios poderia mudar, os pilares que sustentam o banco se manterão.

Itaú Unibanco soube se reinventar

Uma opinião compartilhada pelo outro copresidente do conselho, Pedro Moreira Salles. Segundo ele, o Itaú Unibanco existe há 95 anos porque soube se adaptar às mudanças que apareceram ao longo do tempo.

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“O mundo sempre passou por grandes transformações e a organização
soube identificar para onde estava indo o vendo”, afirmou Moreira Salles.

Entretanto, segundo Moreira Salles, isso não representa um argumento para continuar fazendo as coisas do mesmo jeito. Ao contrário, é necessário criar um ambiente que permita ao banco se adaptar às novas tendências.

“Não sei o que será uma instituição financeira daqui a dez anos. Suspeito que não seja o que é hoje elevado a menos um. Em vários aspectos será parecido com o que é hoje, mas com nova forma de atender o mercado”, explicou Moreira Salles.

Processo de aquisição de ativos

A holding que controla o banco Itaú Unibanco, a Itaúsa (ITSA3; ITSA4), está envolvida atualmente em 30 processos de aquisição de ativos. Entre eles, 15 estão em fase mais avançada. A informação foi divulgada por Alfredo Setubal, diretor-presidente da empresa.

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Entre esses processos de aquisição está a compra da Liquigás, que deveria ser a única a ser concluída ainda em 2019. Entretanto, o porcentual da empresa que deveria ser comprado ainda não foi definido.

Segundo informações divulgadas pela Petrobras, o consórcio liderado pela Itaúsa e pela Copagaz foi o que apresentou a maior proposta pela Liquigás. Segundo Setubal, os processos não vinculantes (NDAs, na sigla em inglês) dos quais a Itaúsa participa são de diversos setores. A energia é apenas um deles, e a holding estaria aprendendo muito com esses processos.

“Até dois ou três anos atrás a Itaúsa não era nem procurada pelos bancos de investimento, porque não era um investidor muito ativo”, declarou Setubal. Todavia, segundo ele, a empresa estaria construindo um portfólio de ativos não financeiros para superar a concentração na participação que detêm no Itaú Unibanco.

O banco está dando preferência para ativos não regulados, pouco dependentes do governo, e complementares em relação ao banco, além de ser empresas com marcas consolidadas. Por outro lado, startups estão fora do radar da Itaúsa. A holding planeja investir de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões.

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Segundo Setubal, reduzir o peso do Itaú será uma tarefa difícil. Entretanto, o objetivo é que a Itaúsa tenha, em cinco ou seis anos, um portfólio relevante de participações nos setores de serviços e industrial, além do banco.

Carlo Cauti

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