O Itaú (ITUB4) completou uma nova venda da sua participação no capital social da XP Inc, holding da XP (XPBR31). A liquidação da operação se deu na noite de terça (7).
A venda de participação correspondente a 1,21% do capital social total da XP Inc pelo valor de US$ 153,7 milhões. Com isso, o Itaú passa a deter 9,96% do capital social total da XP.
“Tal participação não deve acarretar efeitos materiais nos índices de capital da companhia neste exercício social”, diz o Itaú, sobre a sua participação atual.
Vale lembrar que, ainda no início de maio, o presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, disse que possivelmente o banco venderia uma pequena parcela da sua fatia na XP que fora comprada em abril pela cifra de R$ 8 bilhões.
O movimento se dá por conta das regras de Basileia, que estipulam que no caso de um banco ter uma participação superior a 10% em outra instituição financeira, deve ocorrer uma dedução no seu capital regulatório.
Contudo, caso a participação fica abaixo de 10%, entraria nos ativos ponderados pelo risco em termos contábeis.
Conforme o comunicado do banco, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também foi celebrado um contrato de compra e venda de ações com a XP com o objetivo de vender mais 0,19% do capital social total da plataforma de investimentos, “venda esta que será liquidada nos próximos dias”.
Além disso, em outro comunicado, a XP frisou que comprará 1.056.308 ações Class B de sua emissão detidas pelo Itaú, equivalentes a US$ 24 milhões (ou seja, US$ 22,65 por ação). A cotação é a mesma da venda feita pelo Itaú na terça (7), de ações Class A, em um volume de 6.783.939 papéis.
“A XP deve utilizar seu caixa existente para executar a transação e as ações devem ser mantidas em tesouraria”, diz a XP Investimentos, ainda frisando que essa transação não faz parte do programa de recompra de ações que fora anunciado no dia 11 de maio.
Entenda o histórico da Itaú e da XP
A primeira transação entre Itaú e XP Inc aconteceu ainda em maio de 2017, quando o banco comprou 49,9% do capital social da holding de investimentos.
Naquele momento, a corretora foi avaliada em R$ 12 bilhões e o contrato feito previa o aumento da participação do banco de forma escalonada, até atingir 75% do capital, em 2022.
Contudo, impondo limites regulatórios, o Banco Central proibiu o Itaú de comprar o controle da XP Inc em 2018, ao alegar controle de concentração de mercado com a conclusão da transação. Posteriormente, o BC divulgou o seu estudo que motivou a decisão.
Contudo, ainda antes de encerrar o negócio com a XP, o Itaú precisava comprar 11,38% de participação na holding para concluir uma série de compromissos contratuais já estabelecidos.
Como a fusão entre ambas as empresas deixou de ser uma opção, o BC autorizou a transação dessa participação, visto que se trata de um percentual minoritário que não dará ao Itaú controle da XP.