Após o Nubank (ROXO34) se tornar o banco mais valioso da América Latina na última semana, o Itaú (ITUB4) retomou o posto nesta terça (4).
Isso foi fruto de uma alta tímida – de 0,35% – nas ações do Itaú. O movimento já se mostrou suficiente, dado que a margem é apertada.
O valor de mercado do Itaú, no fechamento desta terça (4), é de R$ 288,6 bilhões, ao passo que o Nubank fechou o dia valendo R$ 284,5 bilhões, conforme dados da Elos Ayta Consultoria.
O movimento da semana anterior, com alta das ações do Nubank, fez com que a fintech ultrapassasse os R$ 300 bilhões em valor de mercado e desbancasse o Itaú pela primeira vez desde seu IPO.
Esse cenário ocorre com uma alta considerável nos papéis do roxinho na NYSE. A companhia sobe mais de 40% no acumulado do ano.
Enquanto isso os papéis ITUB4 ainda operam estáveis ou com pouca queda na mesma janela.
Nubank: como a fintech ultrapassou o Itaú?
A carteira de crédito do Nubank, em dólares, cresceu 87% entre o primeiro trimestre de 2023 e o mesmo período deste ano, para US$ 9,7 bilhões, sendo que a maior parte deste total está no Brasil, embora a fintech não detalhe quanto vem de cada país. Neste mesmo intervalo, o crédito do Sistema Financeiro Nacional teve alta de 8,2%, para R$ 5,806 trilhões, de acordo com o Banco Central.
O efeito colateral do forte crescimento tem sido o índice de inadimplência, que no caso do banco digital era de 6,3% em março, contra 4,5% do crédito livre no País. A fintech tem dito que a prioridade é crescer e não controlar os atrasos, uma visão que os investidores que olham para a tese no exterior chancelam.
Reflexo desta visão são as perguntas que a fintech recebe ao fazer reuniões periódicas com investidores no exterior, os chamados “non-deal roadshows”. Relatórios de bancos de investimento e relatos de fontes que participam dessas conversas apontam que a prioridade de fundos é saber sobre as oportunidades no México, país que é visto como a principal fronteira de crédito do negócio nos próximos anos.
No começo do mês, o Nubank atingiu a marca de 100 milhões de clientes em suas três operações: Brasil, México e Colômbia. São 92 milhões de clientes em solo brasileiro, quase 7 milhões no México e cerca de 1 milhão na Colômbia.
No exterior, a aposta é no crescimento que o Nubank poderá atingir, em especial no México. No Brasil, reside em sua capacidade de extrair mais receitas da base de clientes. Como o Nu praticamente não cobra taxas e tarifas, analistas apontam que a via é a concessão de crédito, com uma diversidade maior de linhas que o cartão de crédito roxo.
Em relatório divulgado recentemente, o analista Pedro Leduc, do Itaú BBA, comenta que a base de clientes pode ser mais rentabilizada.
“A base de 90 milhões de clientes do Nubank no Brasil não vai crescer para sempre, mas pode certamente ser mais explorada do que é hoje”, explica.
“O aumento do uso do crédito pelo cliente é o ponto em que os conhecimentos em dados e a conexão com os usuários do Nubank podem ser mais rentáveis, e estamos começando a ver exatamente isso”, completa o especialistas do Itaú BBA.
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