O Itaú Unibanco (ITUB4) alterou as suas previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) depois dos resultados de alta de 0,58% do IPCA-15 de janeiro, que registra a prévia da inflação.
O banco diz, em relatório, que o número veio acima das projeções (0,43%) e também é superior à mediana das expectativas do mercado (0,44%). “Com relação ao nosso valor projetado, destaque para variação acima do esperado em higiene pessoal, combo de telefonia, internet e TV por assinatura, energia elétrica e aluguel”, diz o relatório assinado por Julia Passabom e Luciana Rabelo, economistas do Itaú.
O Itaú tem a projeção preliminar para o IPCA de janeiro em 0,54%. Para fevereiro, a previsão é 0,83% e março, 0,53%.
A revisão da expectativa de inflação para 2022 do banco foi de 5,0% para 5,3%, ao incorporar a inflação mais alta em determinados itens indexados no índice oficial:
- +0,15 p.p. vindos de bps emplacamento e licença (item no grupo de administrados, que veio pouco mais forte nessa divulgação de hoje, e sua cuja variação se repete até o final do ano);
- +0,10 p.p. em bps aluguel residencial (pouco mais forte hoje e com revisão da curva de projeção para os próximos meses, após surpresa altista para frente).
Confira o detalhamento do IPCA-15:
IPCA-15: prévia de inflação avança em 0,58% em janeiro; preço da gasolina cai 1,78%
O IPCA-15 tem alta de 0,58%, mas desacelerou em janeiro, após alta de 0,78% em dezembro.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (26), o acumulado de 12 meses foi de 10,20%, depois de bater 10,42% nos 12 meses imediatamente anteriores. Na comparação do mesmo período em 2021, o IPCA-15 foi de 0,78%.
O resultado aponta que a queda de 0,41% no grupo de transportes foi influenciada pela diminuição dos preços de gasolina, com recuo de 1,78%, assim como o valor das passagens aéreas, que caiu 18,21%. Outras reduções significativas do período foram o etanol (-3,89%) e o gás veicular (-0,26%).
Mas oito grupos do IPCA-15 também sofreram alta em janeiro, como alimentação e bebidas, com +0,97%, puxadas pela alta de 1,03% na alimentação no domicílio. A alimentação fora do domicílio subiu 0,81%, acelerando em relação à alta de 0,08% registrada em dezembro.
Outro grupo com alta significativa foi o de saúde e cuidados pessoais, crescendo 0,93%, com destaque para os itens de higiene pessoal. Houve aumento de 3,79% em janeiro. Já os planos de saúde recuaram 0,69%, após a incorporação, em dezembro, da última fração mensal do reajuste anual suspenso em 2020. Conforme os dados do IBGE, durante o mês, foi incorporada a fração do reajuste de -8,19%, anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado.
De acordo com o IBGE, todas as áreas pesquisadas para o IPCA-15 tiveram alta em janeiro. A maior foi na região metropolitana de Salvador, onde a taxa subiu 1,08%, influenciada pelos itens de higiene pessoal (4,57%) e pelas frutas (9,90%). O menor resultado foi o de Brasília, com alta de 0,19%, impactada pela queda no preço da gasolina (-4,89%) e das passagens aéreas (-14,37%).