Itaú (ITUB4) prevê Selic a 3,5% no fim de 2021, com ciclo de alta iniciado em maio

O Itaú (ITUB4), em relatório divulgado nesta sexta-feira (15), reafirmou sua previsão para a taxa básica de juros da economia (Selic) em 2021. Segundo a instituição, a taxa encerrará o ano em 3,5%. No entanto, o ciclo de alta deve ser iniciado antes do previsto anteriormente.

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Em estimativas anteriores, o Itaú já esperava que a Selic fosse subisse para 3,5% até o fim deste ano. No entanto, o banco previa que o ciclo de alta fosse iniciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em agosto — agora a estimativa é de maio.

Segundo a instituição, essa antecipação ocorre em função do aumento da pressão inflacionária no curto prazo, dado o ambiente de alta do preço de commodities não compensada pela apreciação da taxa de câmbio do real frente ao dólar.

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“Vale notar que, para que a retirada do forward guidance não seja interpretada como um sinal de alta iminente da taxa de juros, esperamos que o comitê reforce em sua comunicação que atuará de acordo com o receituário clássico do regime de metas para a inflação”, comentaram os analistas do banco.

No que se refere à política monetária, o Itaú espera que o Copom retire o foward guidance na próxima reunião, que terá início na terça-feira (19). A expectativa se dá pelo fato de que “as projeções de inflação para 2022 já se situavam próximas à meta, o que poderia levar ao abandono desse instrumento”.

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Itaú revisa projeção de inflação

A expectativa pela antecipação do início do aumento da Selic ocorrerá sobretudo para a contenção da inflação de curto prazo. O Itaú revisou a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021, de 3,3% para 3,6%.

Os analistas alteraram as projeções em decorrência da pressão adicional em alimentos: agora eles seperam uma alta de 6% em alimentação no domicílio em 2021, ante 4% anteriormente.

“Diante do balanço global apertado dessas commodities, especialmente a soja, salientamos que o balanço de riscos ainda aponta para viés altista para o grupo de alimentos no IPCA”, diz o relatório.

Para 2022, o banco não muda a previsão e mantém o indicador de aumento de preços da economia próximo do projetado para 2021. “A ociosidade na economia deve seguir elevada, o que contribui para conter as pressões sobre a inflação, que deve terminar o ano abaixo da meta”.

Os analistas do Itaú ressaltam que o movimento altista do preço das commodities em 2021 pode percorrer um caminho inverso em 2022, “normalizadas as condições de oferta na próxima safra”.

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Jader Lazarini

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