Em relatórios após a divulgação do balanço do 1T24 do Itaú (ITUB4), analistas de várias casas avaliaram positivamente os resultados do banco, com três delas, inclusive, reforçando a instituição como “top pick” do setor.
Segundo a XP, o Itaú reportou resultados sólidos no 1T24, com um lucro líquido recorrente de R$ 9,8 bilhões – em linha com a estimativa da casa – representando um aumento de 4% na base trimestral e de 16% na anual.
Para o banco, os números gerais do Itaú no 1T24 seguiram uma tendência positiva, principalmente em linha com o guidance, apesar da pior sazonalidade no 1T, exceto pelo crescimento do portfólio de crédito, que foi de tímidos 2,8% em relação ao ano anterior – portanto abaixo do intervalo inferior do guidance (6,5%) – e marcando outro trimestre de desaceleração.
“O banco continua a compensar o menor crescimento da carteira com melhores spreads. Na frente de despesas não relacionadas a juros, o banco mantém uma trajetória positiva, alcançando seu melhor índice de eficiência de 38,3%. Reiteramos o ITUB4 como nossa top pick, nossa recomendação de compra e nosso preço-alvo de R$ 42,0/ação”, destacam os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre.
Genial: Itaú apresentou mais um resultado robusto no 1T24
Também em relatório, a Genial Investimentos avaliou que o Itaú apresentou mais um resultado robusto no 1T24, possivelmente sendo o maior lucro do setor financeiro. Segundo a corretora, o trimestre reforça a consistência dos resultados que o banco vem apresentando ao longo deste ciclo de crédito, resultado de melhorias nos processos, tecnologia, modelos de crédito e gestão de pessoas e cultura.
“As receitas totais continuaram em ascensão, enquanto as despesas administrativas foram mantidas sob controle e o custo de crédito diminuiu neste trimestre, resultando em uma expansão da rentabilidade. No entanto, a carteira de crédito, conforme a visão do BACEN, permaneceu mais contida”, escrevem os analistas Eduardo Nishio, Wagner Biondo e Felipe Oller.
Na avaliação da casa, as ações do Itaú ainda estão sendo negociadas com um valuation atrativo, apresentando um P/L de 7,8x para 2024 e um P/VP de 1,6x em 2024, além de um dividend yield ‘interessante’ de 7,8% para 2024, dado que o banco deve aumentar o payout esse ano para distribuir o excesso de capital que vem acumulado.
“Com mais um trimestre consistente, reiteramos nossa recomendação de compra para as ações do Itaú, com preço-alvo de R$ 40,60. O Itaú continua sendo nossa preferência no setor financeiro“, acrescenta a Genial.
Resultados do Itaú ficaram dentro do esperado, diz Safra
Em resumo, o Safra avaliou que os resultados do Itaú foram bons, dentro do esperado, com um ROE de quase 22% nas operações consolidadas.
No entanto, segundo o banco, o crescimento de crédito ficou aquém das suas expectativas, “em grande parte explicado pela saída deliberada de risco do Itaú de clientes individuais que destroem valor, o que contribuiu com +300 bps ano contra ano para a rentabilidade no segmento”, destacam os analistas Daniel Vaz, Silvio Dória e Gabriel Pucci.
“Como referência e em conexão com essa estratégia, o Itaú conseguiu aumentar seus depósitos à vista em +1% (parcialmente ajudado por efeitos cambiais) – enquanto os do Santander (SANB11) caíram 9% e os do Bradesco (BBDC4) caíram 18% – superando os pares em captação de clientes”, acrescentam.
O Safra reiterou sua recomendação ‘outperform’, equivalente a compra, para os papéis do Itaú, com preço-alvo a R$ 41,00.
Itaú reportou mais um trimestre sólido, afirma BTG; veja análise
Para o BTG, o Itaú reportou mais um “resultado de qualidade” no 1T24, com o lucro líquido ficando 1% acima da estimativa da casa e do consenso. De acordo com a casa, mesmo com menores provisões para perdas com crédito – devido a menores índices de inadimplência – o índice de cobertura aumentou, fortalecendo ainda mais o balanço.
“A administração tem sido muito assertiva em suas comunicações com o mercado, o que significa que os resultados geralmente estão alinhados com as estimativas oficiais dos executivos, mostrando que o banco está sendo bem conduzido e provavelmente será capaz de sustentar seu atual ROE ~20% por algum tempo”, pontuam os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.
O BTG lembra que a carteira de crédito do Itaú expandiu 1% na comparação sequencial e 5,6% na anual, abaixo do limite inferior da faixa do guidance para 2024.
Segundo o banco, o menor crescimento é explicado pela estratégia de redução de risco do Itaú desde dezembro de 2022 – que se revelou bem-sucedida. No entanto, para o BTG, o impacto dessa estratégia de redução de risco do banco deverá diminuir significativamente no futuro, permitindo uma aceleração da carteira de crédito.
“Na verdade, um dos principais focos do Itaú em 2024 é garantir que o banco tenha o custo de atendimento adequado no segmento de varejo de baixa renda e migrar todos os clientes “monoline” para o Super App One Itaú, fornecendo-lhes serviços bancários completos (e gerando oportunidades de venda cruzada). Com isso, enxergamos o banco mais uma vez entrando em ‘modo de ataque'”, aponta.
Ainda para o banco, em um mundo em rápida mudança, especialmente no setor de bancos de varejo, onde a tecnologia, a regulamentação e novos players como a Nubank (ROXO34) estão realmente desafiando o status quo para os operadores históricos, acredita que o Itaú, sob a liderança de Milton Maluhy, está fazendo exatamente o que um incumbente deve fazer.
“O banco acelerou a sua transformação digital, indo muito além da mera migração para a nuvem e reescrita de código. Entendeu diante dos pares que ‘principalidade’ é o nome do jogo e o cliente precisa estar no centro, mesmo que isso signifique oferecer produtos de terceiros”, escrevem.
“O novo mantra dos bancos é ‘não sabemos tudo’ e ‘vamos em equipe’, desafiando a percepção de longa data de que os banqueiros “sabem tudo”. Com essa marca/abordagem atualizada e o projeto One Itaú, o banco também passou do modo de defesa para o modo de ataque. O Itaú continua sendo nossa escolha preferida entre os bancos latinoamericanos”, completa a casa.
O BTG tem recomendação de ‘compra’ para as ações ITUB4, com preço-alvo a R$ 42,00.
Itaú apresentou bom controle de despesas no 1T24, vê Goldman
Em relatório, o Goldman Sachs (GSGI34) afirmou que o lucro líquido do Itaú no 1T24 ficou 3% acima do consenso da casa e 1% acima do consenso da Bloomberg. Segundo o banco, apesar de um trimestre sazonalmente mais fraco em termos de margem financeira e taxas, o Itaú relatou um bom controle de despesas e um custo de risco saudável.
“Embora o ajuste do Itaú no apetite ao risco provavelmente limite o crescimento, acreditamos que isso provou criar valor em uma base ajustada ao risco. Os ROEs também permaneceram saudáveis em todos os segmentos, com o varejo em 23% e o corporativo em 28%”, escrevem os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema.
“Acreditamos que os resultados serão bem recebidos e reforçarão as perspectivas de crescimento de lucros e distribuição de dividendos“, acrescentam. O Goldman manteve sua recomendação de compra para as ações de Itaú, com preço-alvo a R$ 39,00.
Desempenho das ações do Itaú
No intradia, as ações do Itaú sobem 0,77%, a R$ 32,65. No mês, os papéis do Itaú sobem 3,66%, enquanto no ano, caem 0,30%.
Cotação ITUB4