Itaú (ITUB4) eleva projeção para dólar, inflação e Selic, e rebaixa PIB 2021

Em seu relatório de outubro do cenário macro brasileiro, o Itaú (ITUB4) voltou a rever suas previsões para os principais indicadores econômicos do País.

Divulgado nesta sexta-feira (15), o relatório do Itaú aumenta as projeções para o dólar, a taxa Selic e o IPCA ao final de 2021. Já em relação ao crescimento econômico, o banco rebaixou novamente a previsão para o PIB neste ano e no próximo.

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PIB: sinais de desaceleração da atividade 

O Itaú cortou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano para 5,0%, ante 5,3% da projeção anterior. O ajuste aconteceu em função da queda de indicadores econômicos: “a produção industrial e as vendas no varejo surpreenderam negativamente em agosto, indicando que o setor de bens já começou a desacelerar”, diz relatório.

Relatório macro do Itaú
Vendas no varejo. Fonte: Itaú e IBGE.

Para 2022, a projeção do PIB se manteve em 0,5%. Segundo a equipe de pesquisa econômica do Itaú: “As elevações das taxas de juros ainda devem impactar o crédito e o setor de bens. A desaceleração da economia global, com queda de preço de algumas commodities, e o fim do impulso da reabertura de serviços são fatores adicionais para a desaceleração esperada para a atividade do Brasil”.

Dólar avança com cenário global e risco fiscal

Em relação à estimativa para o dólar, o valor da moeda subiu de R$ 5,00 para R$ 5,25. O banco destaca que o aumento da Selic compensa parciamente com fortalecimento do real, mas não o suficiente.

“As incertezas domésticas (especialmente as relacionadas à evolução das contas públicas nos próximos anos) devem permanecer elevadas, em meio a um cenário global que tem se mostrado desafiador para ativos de risco e dá suporte para um dólar mais forte“, diz texto do Itaú.

Para o próximo ano, o banco também vê o dólar em R$ 5,25 ante R$ 5,20 projetado anteriormente. “O cenário global de juros mais elevados e dólar mais forte tende a pressionar o real. Soma-se a isso o aumento das pressões inflacionárias globais”.

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Inflação segue alta, mas com riscos equilibrados

O prognóstico do Itaú para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, é de 8,7% ao final de 2021, “incorporando a trajetória dos preços um pouco mais altos para combustíveis”.

Anteriormente, a projeção era de 8,4% para o indicador. A revisão tem como base a projeção para o preço do petróleo ao final deste ano, de US$ 90 por barril ante US$ 80 antes.

“Além de maior inflação no grupo de derivados de petróleo, incorporamos revisão altista no curto prazo também para alguns bens industriais, como automóveis novos e usados, material de construção e eletroeletrônicos.”

O relatório do Itaú ainda destaca que as medidas de inflação subjacente seguem pressionadas e acima do nível compatível com a meta de inflação tanto em bens, que ainda não mostraram sinais de arrefecimento, quanto em serviços, já com sinais de aceleração em itens mais inerciais.

Em 2022, a inflação ao consumidor será de 4,2%, segundo o banco, igual ao projetado anteriormente.

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Selic alta e nível mais contracionista

“Mantemos nossa expectativa de que a taxa Selic atingirá 8,25% ao final deste ano, subindo para 9,0% no início de 2022, nível em que encerrará o atual ciclo de alta”, prevê o Itaú.

Os analistas do bando destacam que, embora o IPCA de setembro tenha surpreendido negativamente, eles entendem que a dinâmica inflacionária do País segue consistente com as projeções feitas até aqui. Além disso, eles acreditam que o ritmo de elevação da taxa de juros está em linha com o proposto pelo Copom, de 1,00-1,00-0,75 p.p, respectivamente, nos próximos encontros.

“Mas entendemos que tanto o tamanho do ciclo de elevação quanto o ritmo de alta da taxa Selic continuarão dependentes da evolução do cenário macro e, em particular, das expectativas para o IPCA em 2022.”, conclui o Itaú em relatório.

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Monique Lima

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