Itaú (ITUB4) vê PIB ‘acima das expectativas’ e projeta 2,5% de crescimento em 2024
Em relatório sobre o dado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta terça-feira (3), o time de pesquisa macroeconômica do Itaú (ITUB4) destacou dados ‘acima das expectativas’.
O PIB do Brasil registrou alta de 1,4% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre.
“O resultado de hoje veio acima da nossa expectativa, com expansão do setor público (gastos do governo do lado da demanda e administração pública do lado da oferta), além de consumo resiliente e alguma recuperação do investimento (que vem de patamar baixo)”, diz o time de macroeconomia do banco.
“O aumento da renda (liderado por um mercado de trabalho resiliente), bem como o ciclo de crédito benigno e mercado de capitais aquecido vem contribuindo para o forte crescimento do PIB. Projetamos um crescimento do PIB de 2,5% em 2024 levando em conta alguma desaceleração ao longo do segundo semestre do ano, com menos estímulos fiscais e menor ajuda do ciclo de crédito”, completa.
Ainda assim, os especialistas da casa ‘reconhecem que há um viés de alta para a projeção de PIB do ano’.
‘Surpresas’ no dado do PIB
Sobre o dado, os especialistas apontam que do lado da oferta, a principal surpresa foi no setor de serviços, com administração pública mais forte do que o esperado.
“Os serviços cresceram 1% no segundo trimestre, depois de registrar um 1º trimestre também forte. O setor industrial também cresceu (1,8% na base trimestral), enquanto a agricultura recuou 2,3% na margem”.
Já no lado da demanda, o Itaú aponta que a principal surpresa em relação à projeção foi o crescimento mais expressivo dos gastos do governo, de 1,3% na base trimestral.
“O consumo das famílias seguiu com desempenho positivo (1,3% na base trimestral, em linha com a nossa expectativa), enquanto o investimento, apesar de abaixo das nossas projeções, seguiu se recuperando de um patamar baixo e avançou na comparação trimestral (2,1% na base trimestral)”, diz o Itaú.
“O consumo das famílias segue sustentado por um mercado de trabalho resiliente e pelo aumento da renda, bem como por um ambiente positivo para o crédito. A formação bruta de capital fixo (FBCF) se expandiu num contexto de importações elevadas de bens de capital e mercado de capitais aquecido”, completa, sobre o PIB.