Itaú (ITUB4) provavelmente pagará dividendos extraordinários, diz CEO
O CEO do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy Filho, declarou durante o evento do banco com investidores – o Itaú Day – que “tudo leva a crer” que a companhia pagará dividendos extraordinários referentes ao exercício social do ano de 2024.
Além disso, o CEO do Itaú declarou que está confiante que o banco irá chegar ao seu guidance da carteira de crédito.
O executivo disse que o guidance é “um crescimento bastante robusto, dado o tamanho da oportunidade e os desafios macro que existem”, especialmente com custo de crédito caindo nominalmente.
O guidance para 2024 é de uma expansão de 6,5% a 9,5% na carteira de crédito total. No primeiro trimestre, porém, o crescimento foi de apenas 2,8%.
“Eu vejo com um grau de convicção alta de que deve acontecer, e a gente deve anunciar até o final do ano”, disse Maluhy sobre os dividendos do Itaú.
Os valores dos proventos de ITUB4, contudo, ainda não foram decididos, porém o CEO disse que “certamente o objetivo não é ter capital acima de um certo patamar”.
Referente ao exercício de 2023, o banco distribuiu R$ 21,5 bilhões em juros sobre capital próprio e dividendos, sendo que desse total R$ 11 bilhões foram de dividendos adicionais.
Itaú (ITUB4): Ações disparam após Morgan Stanley adotar tom otimista
As ações preferenciais do Itaú registraram alta de 2,44% no pregão desta segunda-feira (17), fechando o dia cotadas a R$ 31,90 e figurando como a maior alta do Ibovespa.
Além disso, rumaram na direção contrária do índice, que caiu 0,4% e fechou na mínima de 2024. O motivo por trás da valorização expressiva nas ações do Itaú – especialmente em um dia negativo – se dá por um relatório do Morgan Stanley.
Os analistas da casa elevaram a recomendação para as ADRs do Itaú. Os papéis são listados nos EUA, mas como trata-se de um parecer sobre a companhia e seus fundamentos, os ITUB4 tiveram uma resposta positiva da mesma forma.
A recomendação anterior era neutra e, agora, passou a ser de compra, com preço-alvo de US$ 8 por ADR do Itaú – representando um potencial de alta de 38% ante o preço de fechamento da sexta (14).
Como principais pontos para revisar a tese, especialistas do Morgan Stanley apontaram um valuation que consideram atrativo, especialmente considerando que Itaú recua no acumulado de 2024, com os papéis caindo 4,8% do começo do ano até aqui.
Juntamente com isso, a expectativa de uma Selic mais alta por mais tempo também deve beneficiar o banco, segundo a casa.
Aliás, o banco relembrou o contexto do rebaixamento da recomendação das ações do banco, feito em meados de maio de 2023.
“No momento do nosso rebaixamento, a taxa Selic era de 13,75% e os players do mercado esperavam que as taxas atingissem 9% até o fim de 2024 e 8% até o final de 2025. Dito isso, devido às maiores preocupações fiscais no Brasil e cenário de taxas mais altas por mais tempo em todo o mundo, esperamos agora um ciclo de flexibilização muito mais tênue, com as taxas permanecendo no nível atual de 10,50% durante todo 2024 e no próximo ano”.
Nesse sentido, as estimativas de lucro por ação foram elevadas para este e os próximos dois anos, considerando uma Selic consideravelmente mais alta do que o esperado anteriormente.
Juntamente com isso, a estimativa de Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) passou a ser de 21,3% para este ano. Em 2025 e 2026 as projeções são de 20,8% e 20,1%, respectivamente.
Sobre os dividendos do Itaú, a projeção é de um yield de 7%.
Por fim, o Morgan Stanley destaca que há uma ‘execução de alto nível’ dentro da operação do banco, com eficiência nos custos e um retorno de capital atrativo.
“O Itaú continua liderando os bancos incumbentes na transformação digital, o que o permite entregar crescimento de receita com melhoria consistente da eficiência de custos”.