Para analistas do Goldman Sachs, uma eventual Oferta Pública de Aquisição (OPA) do Itaú Corpbanca, instituição financeira que fica em Santiago, no Chile, deve elevar o lucro do Itaú Unibanco (ITUB4), mas diluir o Retorno sobre Patrimônio do banco brasileiro (ROE).
O Itaú anunciou que pagaria dois pesos chilenos por ação do Itaú Corpbanca, representando um prêmio de 13% ante o valor de fechamento antes da oferta. A oferta seria pelos 34,3% de capital remanescentes do banco.
“A empresa espera realizar a oferta pública durante o primeiro semestre de 2023. Embora a transação deva ser ligeiramente positiva para o Lucro por Ação, representando um desconto do Itaú Corpbanca em relação ao Itaú Unibanco, a operação deve diluir o ROE, considerando que o Corpbanca registrou ROE de 14,1% em 2022 contra 20,2% do Itaú Unibanco”, observa o Goldma Sachs.
Apesar disso, os especialistas da casa destacam que o impacto deve ser pequeno nas operações do banco.
“Pelo preço proposto, a transação implicaria um valor de mercado de US$ 2,4 bilhões para o Corpbanca, uma cifra que representa 5,3% do atual valor de mercado do Itaú, com a oferta pública representando US$ 0,8 bilhão e 1,8% do valor de mercado do Itaú Unibanco”, destaca o GS.
Atualmente a recomendação é de compra para as ações ITUB4, com preço-alvo de R$ 31, ao passo que os papéis são negociados a R$ 24,75.
Itaú surpreendeu no 4T22
Embora o consenso de que o Itaú lucraria mais de R$ 8 bilhões no acumulado do quarto trimestre de 2022 (4T22), analistas viram provisões tendo um efeito maior do que o esperado e deixando o lucro na casa dos R$ 7,66 bilhões.
Apesar da última linha aquém do esperado, os especialistas ainda descrevem o balanço do Itaú como positivo.
A XP, por exemplo, destaca que o resultado foi “sólido, apesar do lucro líquido abaixo do esperado” e cita uma provisão de R$ 1,3 bilhão relacionada a um evento subsequente (possivelmente a Americanas).
“Do lado positivo, esta provisão equivale a 100% da exposição do banco à empresa e limpa os resultados de 2023 de qualquer impacto adicional. Esse revés momentâneo, que correspondeu a menos de 10% do seu Lucro Líquido, pressionou seu ROAE para 19,3%, que vemos como ainda positivo e com tendência de recuperação nos próximos trimestres”, diz a casa.
Os analistas reiteraram a “visão favorável” com as ações do Itaú, mantendo o preço-alvo em R$ 34.
O BB Investimentos destacou que vê “um conjunto de resultados equilibrado” e também mantém recomendação de compra, mas com preço-alvo de R$ 30,20 para o Itaú.