Itaú (ITUB4) vende Itaú Argentina para Banco Macro por R$ 250 milhões

O Itaú Unibanco (ITUB4) informou que foi celebrado, por meio de suas subsidiárias, um acordo vinculante de compra e venda de ações com o Banco Macro, por meio do qual será alienada a totalidade das ações detidas no Banco Itaú Argentina e suas subsidiárias (BIA).

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Segundo fato relevante, após o cumprimento de determinadas condições precedentes previstas no contrato e a obtenção das autorizações regulatórias necessárias na Argentina, o Itaú Unibanco, por meio de suas subsidiárias, receberá do Macro na data de fechamento desta transação um valor de aproximadamente R$ 250 milhões, que será ajustado pelo resultado líquido do BIA, auferido entre 1º de abril de 2023 e a data de fechamento.

“Estima-se que o impacto não-recorrente desta transação no resultado do Itaú Unibanco seja negativo em aproximadamente R$ 1,2 bilhão, que será reconhecido quando a transação for concluída. Já o impacto líquido no capital CET I do Itaú Unibanco será imaterial”, informou a Itaú.

Ainda de acordo com o texto, após a conclusão desta operação, o Itaú Unibanco continuará atendendo os clientes corporativos locais e regionais, e pessoas-físicas dos segmentos de wealth e private banking, por meio de suas unidades internacionais.

A instituição também submeterá à aprovação das entidades reguladoras na Argentina e no Brasil um pedido de abertura de escritório de representação na Argentina, que conduzirá as atividades permitidas por sua licença e pelas demais condições do acordo de compra e venda.

Itaú tem resultado 13,9% maior no 2T23 e lucro de R$ 8,742 bilhões supera expectativas

O Itaú teve um resultado recorrente de R$ 8,742 bilhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), conforme balanço trimestral divulgado nesta segunda-feira (7). O consenso Refinitiv estimava um lucro líquido de R$ 8,652 bilhões. Assim, os números divulgados superaram as expectativas do mercado financeiro.

Esse resultado do Itaú mostra uma alta de 13,9% na comparação com o mesmo período de 2022. Além disso, a empresa registrou um retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) de 20,9%.

No primeiro semestre deste ano, o banco teve resultado gerencial de R$ 17,177 bilhões, alta de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

No último ano, os números do Itaú cresceram diante de uma inadimplência mais controlada que nos concorrentes privados Bradesco e Santander Brasil. O maior banco da América Latina tem clientes com renda média mais elevada, o que reduziu o impacto da alta dos juros sobre a qualidade dos ativos. Este efeito voltou a aparecer no balanço divulgado hoje.

Em seu comunicado, o relatório sobre o 2T23 do Itaú atribuiu esse resultado principalmente ao aumento da margem financeira com clientes, que tinha sido impulsionada pelo crescimento da carteira – que, por sua vez, está relacionado à gradativa mudança do mix de créditos com melhores spreads, assim como da receita de seguros.

O custo do crédito do Itaú somou R$ 9,4 bilhões no segundo trimestre de 2023, com crescimento de 25,3% em relação a igual etapa de 2022, em meio ao aumento da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos negócios de atacado em território brasileiro.

A carteira de crédito total do Itaú teve alta de 6,2% no trimestre, chegando a R$ 1,151 trilhão em junho. Na carteira que inclui pessoas físicas, o crédito pessoal registrou aumento anual de 21,1%, e o crédito imobiliário subiu 17%.

O presidente do banco, Milton Maluhy, diz que o resultado reflete a consistência e a transformação do banco, e afirmou que o Itaú está otimista com o segundo semestre. “Iniciamos a segunda metade do ano otimistas com as perspectivas para o futuro, decorrentes da consolidação da agenda monetária e fiscal que deverá promover uma retomada mais robusta da atividade econômica no País”, afirma ele, em nota

“Estamos bastante ativos e lançando novas funcionalidades para atender melhor o cliente, mesmo com o cenário de elevação da taxa básica de juros”, diz o balanço do Itaú sobre o crédito imobiliário.

As receitas de serviços e seguros aumentaram 1,4% na comparação com o segundo trimestre de 2022. O Itaú destaca que essa alta foi impulsionada por três fatores:

  • Crescimento do faturamento de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência;
  • Aumento das receitas de administração de consórcios;
  • Avanço nos prêmios ganhos, que geraram um crescimento de 17,5% nos resultados de seguros no mesmo período.

Já as despesas não decorrentes de juros tiveram alta anual de 7,2%, chegando a R$ 14,3 bilhões. Segundo o documento de resultados do Itaú, esse aumento das despesas de pessoal se deu em razão dos efeitos da negociação do acordo coletivo de trabalho e por conta do crescimento da despesa com participação nos resultados.

“O aumento sequencial e gradativo da nossa rentabilidade, a estabilização dos índices de atraso e a melhoria contínua do nosso índice de eficiência foram os destaques do nosso segundo trimestre, consolidando a entrega de resultados bastante sólidos e consistentes para o Itaú Unibanco nesta primeira metade do ano”, disse o diretor financeiro, Alexsandro Broedel.

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Itaú: retorno sobre o patrimônio líquido tem alta

A margem do banco com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, subiu 13,4% em um ano, para R$ 24,927 bilhões, número 5,3% superior ao do primeiro trimestre. Na tesouraria, ou margem com mercado, o resultado foi de R$ 1,070 bilhão, alta de 64,6% em um ano, e de 65,9% em um trimestre.

O Itaú encerrou o segundo trimestre do ano com R$ 2,585 trilhões em ativos totais, ainda de acordo com o balanço, alta de 12,7% em um ano, e de 1,5% em um trimestre. O banco é o maior da América Latina em ativos.

O patrimônio líquido da instituição era de R$ 169,199 bilhões em junho, número 12,3% maior que um ano antes, e 2,6% superior ao observado em dezembro de 2022. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do Itaú foi de 20,9%, alta 0,1 ponto porcentual em um ano, e de 0,2 ponto em um trimestre.

Enquanto isso, as despesas administrativas também aumentaram, enquanto o índice de eficiência somado em 12 meses é de 40,5%, com diminuição 1,9 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2022, o mais baixo da série histórica do Itaú.

Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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