Os analistas da Genial Investimentos avaliaram o Itaú (ITUB4) como o “mais preparado” dos bancos do setor no atual cenário econômico e mantém os seu investidores satisfeitos com o desempenho consistente.
Com base nos insights obtidos em encontros com investidores institucionais e o time de Relações com Investidores e Inteligência de Mercado do Itaú Unibanco, a Genial identificou dois motores para o crescimento do negócio.
One Itaú e Atlas: Motores de crescimento digitais
O primeiro deles é o One Itaú, um aplicativo que pretende reunir todos os produtos do Itaú, de forma que aumente o cross-selling (venda de produtos ou serviços complementares, entre os segmentos da instituição).
O segundo é o app Atlas, dedicado a pequenas e médias empresas (PMEs) para atender à demanda reprimida por serviços digitais de baixo custo.
Conforme ressaltam os analistas da Genial, Eduardo Nishio, Wagner Biondo e Felipe Oller, estes dois fatores não estão contemplados no guidance do Itaú de 2024 e notam que ele está em um bom momento.
“Com o banco bem-posicionado e um desempenho robusto, a gestão do banco está dedicando mais tempo a questões de longo prazo, como cultura, clientes, tecnologia e recursos humanos, o que deve continuar impulsionando a competitividade do Itaú,” analisam.
ITUB4 pode perder espaço no mercado? Banco se prepara para possibilidade com Santander e Bradesco
Em suas conversas, os especialistas notaram que o banco se sente mais preparado para evitar uma perda de market share.
“O Itaú afirmou que o ganho de market share nos últimos anos, especialmente no varejo, foi atribuído ao amplo portfólio de produtos e à priorização da qualidade dos serviços”, explica o relatório.
“Ao longo dos próximos anos, a estratégia será focar nas ineficiências dos concorrentes e continuar a expandir sua participação nos segmentos de atacado e varejo”, ressaltam.
A principal competição do Itaú, segundo a Genial, em crédito, é com o Santander (SANB11) e o Bradesco (BBDC4) no segmento atacado. Em Investment Banking (IB), o principal competidor é o BTG Pactual (BPAC11), “mas a BTG não tem grande presença em crédito”.
Expectativas para 2024 no Itaú Unibanco (ITUB4)
Para este ano, as projeções para o Itaú são que o banco:
- Mantenha a rentabilidade (ROE) em níveis elevados (acima de 20%);
- Apresente um payout de, pelo menos, algo próximo ao de 2023 (60%);
- Registre um crescimento da carteira;
- Aumente a participação das Pequenas e Médias Empresas (PMEs);
- Eleve o Net Interest Income (NII);
- Conquiste uma Margem Financeira Líquida (NIM) resiliente;
- Consiga uma provisão para devedores duvidosos (PDD) mais controlada.
“Desde a teleconferência de resultados do 4T23, o banco tem observado uma leve melhoria no cenário econômico, o que poderia acelerar o processo de recuperação no ciclo de inadimplência e eventualmente, resultar em um crescimento acima do estimado,” comenta a Genial.
Com a inadimplência sob controle e boa rentabilidade, o banco deve tentar dar uma guinada no crescimento nos próximos anos, que foi de apenas 3,2% na carteira epxandida em 2023.
A meta para 2024 é de 8% (entre 6,5% e 9,5%).
Atualmente, a sua principal limitação para a expansão da carteira de crédito é a falta de demanda dos clientes pertencentes aos segmentos que buscam crescimento.
O foco do business por agora reside no segmento de pessoas jurídicas (PJ), especialmente as Grandes empresas e PMEs, que podem reduzir a margem financeira (NIM). Contudo, as projeções mantêm um NIM estável para o ano.
Apesar da expectativa da queda da taxa Selic, o Itaú acredita que a receita de juros líquida (NII) também seja resiliente, especialmente pelo crescimento do volume de crédito perto de 8% a/a e pela dinâmica de hedge de juros (travamento dos spreads nas áreas comerciais e direcionamento do risco para banking e tesouraria.