Itaú (ITUB4): novo CEO quer mais foco no digital e diversificar receitas
O Itaú (ITUB4) realizou oficialmente, nesta terça-feira (2), a transição em seu cargo presidencial. Candido Botelho Bracher, CEO desde 2017, dará lugar a Milton Maluhy Filho, que está no banco há 19 anos. O executivo assumiu a posição e já tem suas metas traçadas: intensificação tecnológica e diversificação das receitas do Itaú.
Em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2020, Maluhy também ressaltou que o processo iniciado por Bracher nos últimos anos, de foco no digital e centralização nos clientes, será ampliado em seu mandato à frente do Itaú.
“Não se trata simplesmente de fazer mudanças em sistemas e processos. Significa uma mudança de mindset, de reformulação de produtos e serviços, dos modelos de negócios e formas de trabalho. Uma transformação realmente profunda”, acerca da transformação tecnológica para onde o banco deve seguir.
Com isso, o Itaú irá procurar não se acomodar e deve enfrentar a acirrada concorrência do setor bancário, não somente para se tornar mais eficiente mas também para crescer.
“A agenda de eficiência operacional segue em pauta, mas o objetivo sempre será crescer o banco. Temos de entender as oportunidades para abrir as avenidas de negócios”.
Nesse sentido, o novo CEO deu ênfase à abertura de novas linhas de operação e diversificação de receitas. “Com um cenário de juros baixos e crescimento econômico do País, o banco será mais focado no cliente. Com isso, poderemos ter espaço para crescimento da carteira, com inclusão financeira e de crédito”.
“Isso virá com uma receita de serviços no varejo, mesmo que com menores tarifas, e mais diversificação de novas linhas de receitas. Temos o foco em criar receita em banco de varejo, mercado de capitais e asset management — que detêm grande expectativa de crescimento, entre outros”, disse Maluhy.
Um dos pontos focais do guidance divulgado pelo banco na manhã desta terça-feira foi o crescimento das receitas de serviços e seguros, “em linha com a tendência de recuperação da atividade econômica”, mesmo com o impacto negativo do Pix e da cisão da participação na XP Investimentos.
“Essa performance será impulsionada pela expectativa de forte atividade em mercado de capitais e lançamentos de novos canais, produtos e serviços”, diz o banco.
Itaú quer melhorar operação internacional, mas permanece na ponta compradora
Na teleconferência com analistas e investidores, a qual o SUNO Notícias fez parte, Maluhy disse que o banco está atento à performance de suas unidades fora do Brasil, e que visa otimizar tais operações.
O executivo ressaltou que as operações no Uruguai e no Paraguai tiveram um bom desempenho em 2020, diferentemente da Argentina — que deve ser analisada em duas partes. A atividade de atacado, como a parte de tesouraria, apresentou bons resultados, mas o varejo, sucetível à crise macroeconomica do país, não foi bem, e o banco “não está satisfeito com o resultado”.
Maluhy afirmou que o Itaú está “aberto a temas internacionais, normalmente na ponta compradora”, mas que o foco é melhorar a operação do que já está de pé, sobretudo em Chile e Colômbia.
Vale ressaltar que Maluhy foi presidente do banco no Chile, a unidade chamada Itaú CorpBanca, entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018.
Para analistas, o resultado do Itaú ficou em linha com o esperado, mas não animou o mercado e foi pouco inspirador — por volta das 11h35 desta terça-feira, as ações operavam em queda de 0,62%, após abrirem o dia recuando mais de 3%.