Em coletiva nesta terça (7), o CEO do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy Filho, disse que o banco irá calibrar seu excesso de capital e “eventualmente fazer dividendo extraordinário”.
“Em tendo excesso de capital, a ideia é distribuir sim”, disse o CEO do Itaú acerca da possibilidade de dividendos extraordinários durante a teleconferência de resultados da companhia.
A tese é de que o Itaú (ITUB4) deve chegar ao fim de 2024 com condições de pagar dividendos extraordinários, porém ainda há ‘pontos a serem observados’.
“Tínhamos expectativa que a reforma tributária [da renda] poderia custar 60 pontos-base em capita, mas não deve ficar para esse ano de 2024”, disse Maluhy.
Além disso, o executivo disse que considera mais saudável pagar dividendos extraordinários do Itaú ao longo dos anos do que fazer uma distribuição única em uma grande remessa e trabalhar com capital apertado.
“A nossa política será trabalhar com o capital adequado para fazer frente aos desafios, para crescer o banco, investir no negócio, esse é o nosso objetivo central”, declarou.
O CEO considerou que o cenário atual, de o banco estar muito capitalizado, é um “bom problema”.
CEO do Itaú sobre inadimplência
Durante a teleconferência de resultados do Itaú, Maluhy também declarou que espera certa estabilização dos índices de inadimplência em um futuro breve, e eventualmente uma leve queda.
Apesar disso, atrelou esse cenário a um ritmo de crescimento de carteira de crédito e do mix onde essa carteira será construída.
“Mas o banco está super confortável com os indicadores, eu acho que o pior da crise já ficou para trás no nosso caso há bastante tempo”, disse.
“Daqui para frente, talvez, eu espero menos reduções, são sutis os efeitos, mas uma estabilidade nesses patamares eu acho que é bem adequado para a gente continuar crescendo com qualidade”, acrescentou.
Conforme o resultado do Itaú divulgado na véspera, a carteira de crédito total ajustada mostrou uma expansão de 2,8%, para R$ 1,18 trilhão em março, enquanto o índice de inadimplência de 90 dias caiu de 2,9% para 2,7%.
O custo do crédito, por sua vez, somou R$ 8,793 bilhões, representando uma queda de 3,2% na base anual.
Segundo o CEO do Itaú, esse cenário é fruto de uma “ação direcional do banco”, que reduziu exposição em determinados segmentos que a companhia entende como menos interessantes.