O Itaú (ITUB4) aumentará sua participação no Itaú Corpbanca de 39,2% para 53,7%. A instituição financeira chilena foi comprada pelo banco brasileiro em meados de 2014 — e agora ganha mais potencial com o aumento de capital.
Segundo o fato relevante do Itaú, a operação com o Corpbanca ocorreu “por meio do exercício dos seus direitos de subscrição, bem como de direitos de subscrição adquiridos de outro acionista”.
Vale frisar que o aumento de capital pela instituição brasileira ainda não foi finalizado e o mesmo “pretende subscrever a totalidade das ações remanescentes a que terá direito na próxima etapa de subscrição deste aumento de capital”.
“O efeito esperado nos índices de capital da Companhia é imaterial”, acrescenta o Itaú, no seu comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Além disso, esse aumento de capital não muda o controle da instituição, que já é feito pelo banco brasileiro.
O aumento da participação acionária no banco tem sido frequente nos últimos anos. Ainda em 2020 a participação foi elevada de 38% para 39%.
Compra do Corpbanca pelo Itaú foi maior fusão
Com a transação ocorrendo em 2014, a fusão entre Itaú e Corpbanca foi considerada a maior fusão do banco fora das fronteiras nacionais, com uma cifra de R$ 3,7 bilhões — cerca de R$ 5,5 bilhões, corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O movimento foi mais um solavanco do Itaú no sentido da internacionalização, prioridade para a companhia desde 2008, ano da fusão do o Unibanco.
Agora, com mais capital circulante em solo chileno, o Itaú mira ampliar sua presença em países como o Peru e outras nações da América Central.
Itaú no terceiro trimestre de 2021
Ainda nesta semana, o banco brasileiro divulgou seu resultado trimestral, anotando lucro recorrente gerencial de R$ 6,8 bilhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 34,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) de 19,7%.
Os números vieram levemente acima da expectativa das projeções, que viam lucro de R$ 6,5 bilhões.
A carteira de crédito— incluindo garantias financeiras e títulos privados — cresceu 13,6% ante o terceiro trimestre de 2020, atingindo R$ 962 bilhões. O desempenho refletiu a performance das carteiras de crédito de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que avançaram 27,8% e 19,4%, respectivamente.
“O Itaú registrou um resultado do 3T21 acima do esperado, com lucro líquido maior em 35% no comparativo anual e 4% no trimestral, para R$ 6,8 bilhões (8% acima de nossas estimativas), principalmente devido ao menor custo de crédito”, diz a XP Investimentos sobre o balanço.
A margem financeira ficou 3% acima da estimativa, parcialmente compensada pela receita de seguros abaixo do esperado. Em custo de crédito, o principal destaque foram as provisões abaixo do esperado, o que levou o índice de cobertura do banco a cair cerca de 50 p.p. no trimestre.”
No resultado financeiro, contudo, a inadimplência foi a maior preocupação dos analistas.
“O atraso de pagamentos acima de 90 dias subiu 0.3 pp no comparativo trimestral, para 2.6%, com piora substancial nos segmentos de grandes empresas e América Latina, mas se manteve abaixo de valores pré-pandêmicos. Com isso, o banco consumiu parte substancial de seu índice de cobertura de provisões no trimestre, caindo de 283% no 2T21 para 234% no 3T21”, diz a Genial Investimentos.
Cotação de ITUB4
Seguindo a tendência de desvalorização dos grandes bancos, as ações do Itaú já caíram 25% no acumulado de 2021.
A queda dos papéis no pregão que digeriu o resultado financeiro da empresa chegou a 6%, deixando o papel preferencial cotado a R$ 23,18. Atualmente, no pregão desta sexta (5), as ações do Itaú sobem 0,04% com preço de R$ 23,07 por papel.