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Itaú (ITUB4) cresce muito e Bradesco (BBDC4) bem menos? BofA explica as projeções dos bancos para 2022

Itaú divulga seus resultados do 3T21 na quarta (3), movimentando a bolsa como uma das companhias com maior composição do índice - Foto: Divulgação

Itaú. Foto: Divulgação

Em relatório publicado nesta segunda-feira (14), o Bank of America (BofA) jogou os holofotes no guidance de dois bancões para 2022, Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), para tentar explicar a discrepância entre as perspectivas: enquanto o Bradesco projeta crescimento de 8% no lucro anual, o Itaú almeja o dobro, 16%.

Os analistas do BofA observam que as projeções para 2022 do Bradesco e do Itaú incluem disparidades relacionadas à margem financeira, provisões para devedores duvidosos, receitas de tarifas e seguros e alíquota efetiva de imposto. “Por outro lado, ambos indicaram crescimento similar em empréstimos e despesas operacionais”, afirmam.

O Bradesco orientou uma expansão de 8-12% na margem com clientes, abaixo do crescimento do crédito de 10-14%, enquanto o Itaú previu um crescimento de 20,5-23,5%, bem acima do crescimento do crédito de 9-12%.

A diferença reflete o fato de o Itaú incluir a remuneração do capital de giro na margem com clientes, enquanto o Bradesco inclui na margem com o mercado. Ajustando para isso, o guidance do Itaú sugere um crescimento de 12% no ponto médio, ligeiramente acima dos 10% do Bradesco.

“No entanto, após esse ajuste, vemos uma diferença significativa na margem com desempenho de mercado (+15% para o Itaú vs. -25% para o Bradesco), mesmo considerando que o Itaú está protegendo sua posição de capital para variação cambial (e acima de R$ 2 bilhões em receitas, de acordo com a administração). Isso se explica porque o Itaú protege estruturalmente seus custos passivos, enquanto o Bradesco opera menos protegido. Como resultado, o Itaú se beneficia mais durante os ciclos de alta de juros“, diz o relatório.

O BofA relembra também que. embora ambos os bancos devam se beneficiar de um aumento no pagamento de juros sobre capital próprio devido ao forte aumento da taxa de juros de longo prazo no Brasil, o Bradesco será impactado negativamente pelo vencimento do ágio relacionado ao HSBC.

Porém, quando se trata de receita de tarifas e seguros, o ponto médio do guidance do Bradesco indica crescimento de 10%, dobro do guidance do Itaú nesse segmento. Segundo a análise, isso ocorre devido à grande exposição do Bradesco ao seguro saúde, “que deve se beneficiar de uma normalização dos sinistros relacionados ao Covid em 2022”.

BofA determina mesmo preço-alvo para Itaú e Bradesco

O BofA acredita que o Itaú está estruturalmente mais posicionado para taxas mais altas, enquanto sua orientação parece mais conservadora e deixa espaço para surpresas altistas. Mesmo assim, os analistas mantiveram a recomendação de compra para os dois bancos, ao mesmo preço-alvo de R$ 29.

No pregão de hoje, as ações do Itaú encerraram em queda de 0,23%, cotadas a R$ 26,47. As ações do Bradesco, por sua vez, tiveram leve alta de 0,14%, a R$ 21,17.

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