O Itaú (ITUB4) apresentou um lucro gerencial de R$ 9,8 bilhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), o que representa um crescimento de 15,8% na comparação com o mesmo período de 2023. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, esse número representa um crescimento de 3,9%.
O banco apresentou um crescimento das receitas, tanto daquelas provenientes da carteira de crédito quanto das arrecadadas com a prestação de serviços. Ao mesmo tempo, o custo do crédito caiu, diante do recuo da inadimplência, o que indica melhora na qualidade dos ativos. No último ciclo de crédito, iniciado em 2022, o Itaú apresentou números melhores que aos pares ao controlar o crescimento dos atrasos com uma concessão de crédito mais conservadora.
Conforme comunicado sobre os resultados do Itaú no 1T24, o retorno recorrente em relação ao patrimônio líquido médio (ROE) foi de 21,9% ao ano, alta de 1,2 ponto porcentual em um ano.
O resultado do Itaú é atribuído principalmente à alta registrada na margem financeira com clientes, impactada positivamente pelo crescimento da carteira de crédito, e da margem com passivos mais elevada, com crescimento do faturamento associado a serviços e seguros.
O Itaú fechou o trimestre com R$ 2,788 trilhões em ativos, alta de 9,5% em um ano, e de 3,4% em um trimestre. O patrimônio líquido era de R$ 175,981 bilhões, número 6,7% maior que um ano antes, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) ficou em 21,9% no trimestre
No primeiro trimestre deste ano, o custo de crédito somou R$ 8,8 bilhões, cerca de 3,2% menor que o registrado em igual etapa de 2023.
“O cenário positivo na qualidade de crédito, em função das safras recentes, e a consequente melhora nos índices de inadimplência justificam a redução do custo do crédito na comparação anual”, destaca o balanço do Itaú.
Na comparação anual, a carteira de crédito total apresentou um crescimento de 2,8% no primeiro trimestre de 2024, superando a marca de R$ 1,184 trilhão até o encerramento de 2024. As operações no Brasil foram responsáveis pelo desempenho em base anual, com alta de 6,6% entre março de 2023 e o mesmo mês deste ano, chegando a R$ 982,5 bilhões.
Nos últimos 12 meses, a carteira de pessoas físicas teve alta de 2,6%, com destaque para o crescimento de 11,1% no crédito pessoal, de 5,4% em veículos e também de 3,1% no crédito imobiliário.
“O Itaú Unibanco passou por um período importante de transformações nos últimos anos, que criaram as bases para os resultados que estamos entregando, com foco em grandes objetivos: a satisfação dos nossos clientes e a manutenção da trajetória de crescimento robusto e sustentável do banco”, disse em nota o presidente do banco, Milton Maluhy.
O CFO do Itaú, Alexsandro Broedel, destacou o crescimento das receitas e a eficiência do banco, como “a melhor da história”. “Os números apresentados hoje reforçam o compromisso do Itaú Unibanco com seus objetivos estratégicos para entregar o melhor banco para os nossos clientes, acionistas e colaboradores, mantendo a consistência e previsibilidade nos resultados.”
O produto bancário, que soma as margens com juros e as receitas com serviços, foi de R$ 40,353 bilhões, um crescimento de 7,8% em um ano, mas uma queda de 1,5% em três meses. Já a margem financeira subiu 8,9% em um ano, para R$ 26,880 bilhões. A margem com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, teve alta de 7,4%, para R$ 25,821 bilhões.
Na Tesouraria, o resultado foi de R$ 1,059 bilhão, alta de 64,3% em um ano, e de 26,1% em um trimestre. Além de contabilizar as exposições do Itaú ao mercado brasileiro, o que inclui os juros, a tesouraria do banco também inclui a proteção cambial que o banco faz para o capital que possui nas operações na América Latina.
A receita com serviços teve alta de 4,9% no período anual, para R$ 10,852 bilhões.
Outros resultados do Itaú
As receitas geradas por serviços e seguros tiveram aumento anual de 5,8% no 1T24. Esse crescimento é atribuído principalmente a 4 pontos principais. Um deles foi o crescimento da receita de cartões em emissão e em adquirência.
Essa receita também foi positivamente influenciada pelos maiores ganhos com administração de fundos, pelo aumento das receitas com assessoria econômico-financeira e corretagem e também pelos volumes maiores em renda fixa. Por fim, o crescimento também é atribuído ao aumento dos prêmios ganhos.
O balanço trimestral do Itaú também apontou que as despesas não decorrentes de juros atingiram a marca de R$ 14,4 bilhões, com alta anual de 4,3%.
Despesas totais vão a R$ 14,386 bi no 1º trimestre, alta anual de 6,4%
O Itaú Unibanco teve despesas totais de R$ 14,386 bilhões no primeiro trimestre deste ano, número 6,4% maior que o do mesmo período do ano anterior. A variação foi negativa em 6,2% na comparação com o quarto trimestre do ano passado.
No balanço do Itaú publicado nesta segunda-feira, o banco afirma que houve crescimento em especial nas despesas de pessoal, que somaram R$ 6,455 bilhões, crescimento de 10,3% em um ano, diante do dissídio da categoria dos bancários.
O Itaú encerrou o trimestre com 95,8 mil funcionários, a maior parte deles no Brasil, uma queda de 5,6% em um ano, diante da redução no número de agências e das mudanças nas equipes de atendimento. Houve impacto ainda da venda do Itaú Argentina, fechada no ano passado.
As despesas administrativas, por sua vez, somaram R$ 4,886 bilhões, alta de 5,3% em um ano, diante em especial do crescimento da linha de processamento de dados, que tem o segundo maior peso, e que subiu 6,1%. Também houve alta nas despesas com depreciação e amortização, que subiram 15,5%.
O Itaú encerrou o trimestre com 2.515 agências físicas no Brasil, número 216 menor que o de um ano antes. Segundo o banco, a menor demanda dos clientes levou a mudança no tamanho da estrutura de atendimento.
O índice de eficiência do Itaú era de 38,3%, baixa de 1,5 ponto porcentual em um ano, e de 2 pontos em um trimestre. Quanto menor o índice, mais eficiente é o banco.
Com Estadão Conteúdo