Em relatório divulgado na última terça-feira (19), a Ativa Investimentos atualizou suas projeções para o Itaú (ITUB4). Recentemente o banco realizou o spin-off de sua participação na XP, trazendo dúvidas ao mercado quanto ao impacto da mudança sobre as ações.
Para a Ativa Investimentos, entretanto, pouca coisa mudou. A recomendação continua sendo de compra, com preço-alvo de R$ 32,10, upside de 29,22%, embora o target tenha caído de R$ 41,30.
De acordo com a corretora, a recomendação leva em consideração o Itaú ser “dono da segunda maior carteira de crédito do país, maior margem financeira e um dos maiores ROEs entre seus pares”.
Por mais que os bancos tradicionais estejam atravessando, e certamente continuarão atravessando, um processo de modernização e acirramento da competição no setor, os analistas da Ativa entendem que a direção do Itaú é proativa a esses desafios e sua robustez na carteira de crédito o coloca à frente.
A corretora não nega a deterioração da qualidade da carteira de crédito do Itaú, mas ressalta os indicadores saudáveis de inadimplência e índice de cobertura, que estão acima da média histórica.
“O nível de cobertura e o comportamento até o momento da carteira de créditos repactuados nos dão confiança que o Itaú atravessará a pandemia sem a necessidade de provisões adicionais”, comentam os analistas no relatório.
Estratégia ‘phygital’
A Ativa deu atenção ao fato do banco procurar “atender o cliente onde, quando e da forma que ele quiser”, se preparando para o crescimento da competição. Isso acontece, segundo os analistas, de forma “phygital”, uma mistura de físico com digital.
Nesse sentido, a casa aposta no crescimento do Iti, banco digital do Itaú, que tem a meta de chegar a 15 milhões de clientes até o fim deste ano.
“Os investimentos em tecnologia e a redução no número de agencias trarão ganhos de eficiência ao banco, tornando-o mais moderno trazendo ganhos de rentabilidade.”
Riscos conjunturais da tese em Itaú
Embora o otimismo seja grande, nem tudo é um mar de rosas. A Ativa também reiterou os riscos inerentes à tese de investimento no Itaú.
A primeira delas, talvez a mais clara, é da expansão das fintechs e bancos digitais, pressionando os spreads dos bancões.
A rentabilidade também deve ser afetada com a taxa de juros em menor patamar que a média história, embora o Banco Central (BC) esteja em um ciclo de alta da Selic.
A queda na qualidade da carteira certamente será sentida ao longo dos próximos meses, em função da à flexibilização nas condições de crédito ainda no início da pandemia.
Por volta das 12h50 desta quarta, as ações do Itaú subiam 1,93% no pregão, a R$ 24,81. O banco vale R$ 228,14 bilhões na B3.