Perto dos últimos capítulos da cisão, o Safra vê como “positiva e esperada” a conclusão da tratativa sobre a incorporação da XPart pela XP Investimentos, e frisa que o evento deve desbloquear valor para o Itaú (ITUB4).
O time de análise do Safra reiterou a recomendação de compra das ações do Itaú com preço-alvo de R$ 38, ao passo que o preço-alvo após a cisão fica em R$ 33.
A assembleia geral que delibera sobre o tema deve ocorrer no dia 1º de outubro, segundo fato relevante do Itaúsa (ITSA4) – empresa que também entra nas recomendações de compra do Safra, que vê potencial para um preço R$ 14,50.
“Embora esperada, a notícia é positiva, pois deve desbloquear valor para o Itaú. Vemos o Itaú sendo negociado atualmente a 10,6 vezes P/L (Preço/Lucro) e 1,9 vez P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial por Ação). Após essa cisão, os múltiplos do Itaú devem cair para aproximadamente 8,6 vezes, o que está em linha com o Santander Brasil (P/L a 8,8 vezes) e com um prêmio sobre o Bradesco (P/L a 7,8 vezes) ”, consta no relatório do Safra, assinado por Luis Azevedo e Silvio Dória.
O imbróglio relativo às participações acionárias, vale lembrar, dará origem a um BDR da XP (XPBR31)- que atualmente é listada na Nasdaq, nos Estados Unidos.
Com o divórcio, nasce o BDR da XP
Segundo o Safra, caso a incorporação da XPart pela XP seja aprovada, os acionistas controladores do Itaú devem receber ações classe A da XP, ao passo que os demais receberão o BDR em questão.
Deste modo, a relação de troca será de 43,3128323 compartilhamentos XPart a serem trocados por 1 compartilhamento XP Investimentos (ou BDR).
“Considerando a fixação da data das AGEs de Incorporação e o cancelamento das ações de emissão da XPart em tesouraria, a relação de troca final será de 43,3128323ações de emissão da XPart por 1 ação Classe A de emissão da XP ou um BDR lastreado em ação Classe A de emissão da XP. Com isso, uma vez aprovada a incorporação pelas Assembleias de acionistas da XPart e da XP, a serem realizadas em 1º de outubro de 2021, a Itaúsa passará a ser, direta e indiretamente, detentora de ações Classe A de emissão da XP equivalentes a 15,07% do capital total da XP e 4,74% de seu capital votante”, consta no documento arquivado pela Itaúsa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ou seja, considerando a última cotação das ações da XP na Nasdaq, de US$ 47,20, o Safra frisa que o valor potencial da cisão representaria R$ 5,60/ação do Itaú. “Ressaltamos que a Itaúsa inicialmente manterá ações da XP em seu portfólio (e fará parte do acordo de acionistas da XP), representando 15,07% do capital total da XP”, afirma os analistas do banco.
“Os estoques da XP devem representar aproximadamente 16,5% do NAV (valor líquido do ativo) da Itaúsa, enquanto Itaú (excluindo XP) deve representar aproximadamente 72% do NAV da Itaúsa A Itaúsa também tem um acordo de bloqueio com a XP para manter suas ações até 30 de outubro de 2021”, seguem.
Research do Inter vê R$ 33,50 de target para Itaú
Em relatório mais antigo, datado do fim de maio, o time de research do Inter (BIDI11), ao ter contato com a decisão que tratava da decisão sobre a incorporação da XPart e os BDRs, destacou que “o recebimento dos BDR’s significa um yield de cerca de 16% sobre os preços atuais das ações do Itaú“.
“Em nossa opinião, como o nosso valuation para o Itaú Unibanco já considera a saída da XP do balanço e dos resultados por equivalência patrimonial, não alteramos nossa perspectiva para o banco e mantemos nosso preço-alvo em R$33,50 e recomendação de compra para os papéis de ITUB4“, destaca o Inter.
Cotação de ITSA4 e ITUB4
Atualmente, seguindo as cotações do último pregão, da terça (24), as ações da Itaúsa estão cotadas a R$ 11,47, representando uma valorização de 1,6% no dia em questão, além de 2,5% de alta mensal e 13,45% de valorização no acumulado de seis meses.
Já o Itaú viu alta de 2,3% no pregão de ontem, somando valorização de 4,8% nos últimos 30 dias e 19% de alta nos últimos seis meses. Ou seja, as ações do banco ficam cotadas a R$ 30,95.
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