Itaú (ITUB3) registra queda de 49,3% no lucro líquido contábil no 1T20

O Itaú (ITUB3; ITUB4) informou nessa segunda-feira (4) que seu lucro líquido contábil no primeiro trimestre de 2020 foi de R$ 3,401 bilhões, apresentando uma queda de 49,3% em comparação com o do mesmo período do ano passado, quando foi de R$ 6,701 bilhões.

Em relação ao lucro líquido recorrente, o Itaú informou que apresentou uma queda de 43,1% sendo representado por R$ 3,912 bilhões, enquanto em 2019 somava R$ 6,877 bilhões.

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De acordo com o relatório apresentado pelo banco, a composição do lucro líquido recorrente é dada por:

  • 3.738 bilhões em serviços e seguros;
  • 134 milhões em excesso de capital e trading;
  • 40 milhões em crédito.

Já o retorno recorrente sobre patrimônio líquido médio anualizado foi de 12,8%, o que representa um decréscimo de 10,8 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2019, quando tinha sido de 23,6%.

Ademais, as despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa subiram 147,2%, somando R$ 10,4 bilhões.

De acordo com o relatório “os impactos na precificação de instrumentos financeiros, decorrentes da alta volatilidade nos mercados, resultou em uma redução de 38,9% em nossa (do Itaú) margem financeira com o mercado”.

O Custo do Crédito – que inclui a cobertura de eventuais perdas provocadas por clientes inadimplentes – por sua vez, aumentou 165,2%, passando de R$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para R$ 10,1 bilhões no primeiro trimestre de 2020.

Segundo o Itaú, “o custo do crédito aumentou 165,2% em relação ao mesmo período de 2019 devido principalmente ao aumento na despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa. Esse aumento está relacionado ao aumento de perda esperada devido à alteração do cenário macroeconômico e das perspectivas financeiras das pessoas e das empresas a partir da segunda quinzena de março de 2020”.

Itaú tem aumento das receitas mas também aumento nos pedidos de renegociação

As receitas de prestação de serviços e resultado de seguros cresceram 8,2%, principalmente em função dos seguintes aumentos:

  • 48,6% em administração de fundos, como resultado do aumento de 12,4% no saldo de ativos sob administração e maiores receitas com taxa de performance;
  • 148,1% em assessoria econômica financeira e corretagem, como resultado da maior atividade no mercado de capitais nos dois primeiros meses de 2020.
  • 6,2% em serviços de conta corrente, em função do aumento na base correntistas e do maior número de transações de pagamento, embora esse resultado seja parcialmente compensado pelo maior número de isenções em pacotes de conta corrente.

O resultado foi parcialmente compensado pela redução de 33,4% nas receitas de atividades de adquirência devido às menores receitas com taxa de desconto líquida, antecipação de recebíveis e aluguel de máquinas. A partir da segunda quinzena de março de 2020, houve redução de valores transacionados devido às medidas de distanciamento social.

Entretanto, a margem financeira do Itaú registrou um aumento do apenas 0,8% nos primeiros três meses do ano em comparação ao mesmo período de 2019. Segundo o Itaú, esse efeito foi provocado pela mudança na regulação do cheque especial, que limitou os juros que os bancos podem cobrar, e pela queda de 38,9% do resultado da tesouraria.

O Itaú também registrou um aumento de 12,9% nos pedidos de renegociação de dívidas, que passaram de R$ 28,1 bilhões em dezembro de 2019 para R$ 31,7 bilhões em março de 2020.

Laura Moutinho

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