Raízen (RAIZ4), SLC Agrícola (SLCE3): Itaú BBA lista ações “mais atraentes” do agronegócio
O Itaú BBA retomou a cobertura do agronegócio brasileiro, mantendo uma visão otimista em relação ao setor. As ações agro consideradas top picks pelo banco passaram a ser SLC Agrícola (SLCE3), Rumo (RAIL3) e Raízen (RAIZ4).
Em novo relatório, o Itaú BBA reforçou sua preferência pelas ações da SLC às da Boa Safra Sementes (SOJA3), da Rumo às da Hidrovias do Brasil (HBSA3) e da Raízen às da São Martinho (SMTO3).
“Assumimos a cobertura do setor de agronegócio do Brasil com uma visão estruturalmente otimista de longo prazo do setor, mas reconhecemos que os preços de commodities intrinsecamente voláteis estão intimamente correlacionados com o desempenho do preço das ações no curto prazo”, diz o Itaú BBA.
De acordo com Daniel Sasson e Larissa Pérez, analistas do banco e autores do relatório, dois casos que simbolizam o cenário atual são os de SLC e São Martinho. Recentemente, após registrar máximas históricas em junho, as ações dessas companhias caíram 28% e 32%, respectivamente. No mesmo período, os contratos de preços futuros para algodão, soja e milho viram uma redução radical, de 15-25%.
“Vemos caminhos de crescimento acentuado para todas as empresas em nosso universo de cobertura, mas encontramos propostas mais atraentes de risco-retorno em SLC, Rumo e Raízen”, diz o relatório.
Ações com retornos de até 56%
Para o BBA, as ações da Raízen têm um alto potencial para render retornos de até 56%, as da Rumo 37% e as da SLC 31%.
Em relação às safras futuras, o BBA acredita que o setor deverá se preparar para continuar a operar com preços altos, acima do normal.
“Olhando para a safra 2022-23, esperamos que os preços se mantenham em níveis historicamente altos, mas esfriem sequencialmente, dada a previsão de maior produção em produção importante e países exportadores”, afirmou o banco.
Segundo o banco, o agronegócio brasileiro pode continuar se beneficiando da combinação de preços de commodities agrícolas em alta e de uma moeda menos valorizada frente ao dólar.
“Apesar de esperarmos um arrefecimento dos preços na próxima safra, acreditamos que os preços da maioria das commodities agrícolas permanecerão elevados em relação aos níveis históricos devido à dinâmica oferta-demanda ainda apertada”, diz o documento.
Além disso, em relação à cadeia do agronegócio, os analistas do BBA afirmam esperar “que os custos financeiros aumentem substancialmente como resultado de maiores exigências de capital de giro e taxas de juros mais altas (tanto no Brasil quanto no mundo)”. Acrescenta: “Mais resultados operacionais dos produtores serão comprometidos com as despesas financeiras”. Apesar disso, também espera-se que as margens dos produtores permaneçam em níveis saudáveis.