Itamaraty: governo da Venezuela é mecanismo do crime organizado
O Itamaraty informou nesta quinta-feira (17) que o governo venezuelano é um mecanismo de crime organizado.
Para o Ministério das Relações Exteriores (MRE) o governo venezuelano “chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado”. Para o Itamaraty, o Executivo de Caracas “está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo”.
A classificação foi inserida em um comunicado divulgado após uma reunião entre o chanceler Ernesto Araújo e líderes venezuelanos exilados. No encontro, que teve uma duração de 11 horas, fora discutidas “ideias de ação concreta para restabelecer a democracia na Venezuela”.
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Na reunião participou também Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. Representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), dos Estados Unidos e do Grupo de Lima também estiveram presentes na reunião. O Grupo de Lima é composto por 12 países das Américas que tentam mediar uma solução a crise venezuelana. O grupo não reconhece a legitimidade de Maduro, reeleito em 2018 para um segundo mandato presidencial.
O governo brasileiro também declarou seu apoio formal ao presidente da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó. O Brasil reconheceu a disposição de Guaidó “de assumir a Presidência da Venezuela interinamente, seguindo a Constituição venezuelana”.
“O papel-chave do Brasil, sob a liderança do presidente Bolsonaro, na mudança do cenário venezuelano, onde pela primeira vez em muitos anos ressurge a esperança da democracia, foi reconhecido por todos os líderes venezuelanos”, aparece no documento, “O Brasil tudo fará para ajudar o povo venezuelano a voltar a viver em liberdade e a superar a catástrofe humanitária que hoje atravessa”.
Entre os participantes do encontro com Araújo estavam políticos polêmicos até mesmo nos ambientes oposicionistas venezuelanos. Entre eles, Eduardo Bittar e Roderick Navarro, membros do movimento “Rumbo Libertad”. Eles são próximos de Eduardo Bolsonaro, mas são vistos com desconfiança pela Assembleia Nacional da Venezuela. Parte da oposição os considera como de extrema direita pois eles defendem a formação de um governo no exílio. Na Assembleia Nacional da Venezuela as oposições têm maioria desde 2016. Entretanto, seus poderes foram esvaziados por Maduro, que criou uma Assembleia Constituinte.
Bolsonaro se posiciona contra Maduro
O presidente Bolsonaro divulgou um vídeo na tarde desta quinta-feira em que critica duramente o governo de Nicolás Maduro.
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“Sabemos como esse desgoverno chegou ao poder, inclusive com a ajuda de presidentes que o Brasil já teve, como Lula e como Dilma. E isso nos torna responsáveis pela situação que vocês se encontram, em parte”, declarou
Bolsonaro no vídeo, “Continuaremos fazendo todo o possível para restabelecer a ordem, a democracia e a liberdade. Acredito que a solução virá brevemente”.
No vídeo, Bolsonaro aparece ao lado de Araújo, Gustavo Cinosi, representante da OEA e de Miguel Ángel Martín, presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela no Exílio