O governo da Itália anunciou nesta quarta-feira (24) que foi aprovada uma garantia pública para um empréstimo de 6,3 bilhões de euros (cerca de R$ 37,85 bilhões) à montadora Fiat Chrysler (FCA).
A companhia do setor automotivo foi fortemente afetada pandemia do novo coronavírus, que forçou a paralisação da produção de veículos. A Fiat Chrysler também sofreu o impacto da acentuada queda na demanda por automóveis na Europa e na América do Norte.
Dessa forma, o ministro da Economia italiano, Roberto Gualtieri, afirmou que a ação do governo “é uma operação para preservar e reforçar a filial automobilística italiana e relançar os investimentos, a inovação e o emprego em um setor estratégico para o futuro econômico e industrial do país”.
O empréstimo será concedido pelo banco Intesa Sanpaolo e será garantido em cerca de 80% pela agência de crédito para a exportação Sace, um sistema previsto no decreto aprovado pelo governo para prestar suporte às empresas no combate à crise.
A Fiat Chrysler vinha negociando desde maio o crédito bancário garantido pelo governo italiano. O objetivo é “financiar as atividades da empresa na Itália e oferecer um apoio adicional a cerca de 10.000 pequenas empresas do setor automobilístico”, explicou a companhia.
Pedido de garantia da Fiat Chrysler gera polêmica
O pedido de garantia gerou polêmica após críticas em alguns setores, visto que a sede do grupo FCA está baseada na Holanda. A possibilidade de parte do crédito garantido pelas instituições italianas ter como destino foi exterior resultou questionamentos dentro da classe política.
“Uma empresa que pede uma quantidade importante de dinheiro ao Estado italiano deve repatriar sua sede para a Itália”, afirmou em maio o vice-presidente do Partido Democrático, Andrea Orlando.
Saiba mais: Fiat Chrysler e PSA serão investigadas por órgão antitruste da UE
O setor automobilístico é chave para a economia da Itália e representa 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) italiano. A Fiat Chrysler emprega no país cerca de 55 mil pessoas, enquanto, segundo o grupo, trabalha com 5,5 mil empreiteiras, que geram algo perto de 200.000 postos de trabalho.
Notícias Relacionadas