Guerra entre Israel e Hamas: após ataques aéreos em Gaza, exército israelense prepara ocupação por terra; Brasil convoca reunião na ONU
Nesta quarta-feira (11), o conflito entre Israel e Hamas chega ao quinto dia com a notícia de que as forças de defesa israelenses anunciaram ter atacado 200 alvos ligados ao grupo islâmico. Desde o último sábado, quando começou o conflito, mais de 2 mil pessoas morreram.
Segundo agências, Israel afirma ter conduzido ataques aéreos com caças contra uma região conhecida como Al-Furqan, localizada ao norte da Faixa de Gaza. O território, segundo o exército israelense, funciona como um centro terrorista do Hamas e que vários ataques contra Israel partem do local.
Em comunicado, militares israelenses afirmaram que “as forças de defesa de Israel continuarão a operar contra a infraestrutura terrorista do Hamas que dirige o terror contra Israel”.
Conforme o último balanço feito pelo Ministério da Saúde de Gaza, 1.055 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início do conflito no Oriente Médio. Assim, o número total de vítimas nos dois países chegou a 2.255.
De acordo com relatos da Agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos à agência de notícias norte-americana AP, nove funcionários foram mortos em ataques aéreos dentro de suas casas desde sábado (7), início da guerra em Israel.
Nesta quarta-feira, o papa Francisco pediu a libertação imediata dos reféns feitos por combatentes do Hamas. “Quem é atacado tem o direito de se defender. Mas estou muito preocupado com o cerco total sob o qual vivem os palestinos em Gaza, onde também há muitas vítimas inocentes”, disse o pontífice.
Brasil convoca nova reunião do Conselho de Segurança da ONU
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está a caminho de Nova York, nos Estados Unidos (EUA), para participar pessoalmente da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que vai discutir a situação do conflito entre Israel e Palestina, que chegou ao quinto dia nesta quarta-feira (11). A reunião está marcada para esta sexta-feira (13). O chanceler cumpria agenda oficial no Camboja e, de lá, seguiria para as Filipinas, mas adiou a viagem ao Sudeste Asiático para comparecer à reunião de emergência, já que o Brasil preside o Conselho de Segurança ao longo deste mês de outubro, e tem a prerrogativa de convocar reuniões do colegiado.
Esta é a segunda reunião do Conselho de Segurança da ONU para debater este novo conflito. No fim de semana, o colegiado se reuniu a portas fechadas e nenhuma declaração foi emitida. Na ocasião, o Brasil foi representado pelo embaixador na ONU, Sergio Danese.
Ainda no fim de semana, em nota, o Palácio do Itamaraty defendeu seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas.
Mais cedo, nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e à comunidade internacional, em defesa das crianças palestinas e israelenses.
Após intensificar o bombardeio contra a Faixa de Gaza, nos últimos dias, o Ministério da Defesa de Israel informou que pretende ocupar o território por terra, o que pode ampliar o número de vítimas civis.
A Embaixada de Israel em Washington informou que o número de mortos nos ataques do Hamas no fim de semana passa de mil. Os mortos são, em sua maioria, civis, baleados em casas, nas ruas e em uma festa ao ar livre, que ocorria a poucos quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza.
Já o Ministério da Saúde de Gaza disse que os ataques aéreos retaliatórios de Israel tiraram a vida de pelo menos 830 pessoas e feriram mais de 4,3 mil até esta terça-feira. A ONU afirmou que mais de 180 mil habitantes de Gaza ficaram desabrigados, muitos deles amontoados nas ruas ou em escolas. Além disso, pelo menos 11 funcionários da organização morreram em Gaza nos últimos dias, em decorrência dos ataques israelenses.
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Guerra em Israel: Faixa de Gaza fica sem energia nesta quarta-feira
Nesta quarta-feira, o grupo islâmico Hamas informou que a Faixa de Gaza ficou sem energia, após a única estação de energia parar de funcionar.
Durante a manhã, o ministro de Energia da Palestina, Thafer Melhem, que a distribuição de energia à população começou a ser prejudicada quando Israel cortou o fornecimento, e que a estação tinha combustível para fornecer energia para no máximo 12 horas.
Aviões com repatriados de Israel chega ao Brasil
Dois aviões que foram disponibilizados para transportar brasileiros que estavam em Israel durante o conflito chegaram à Brasília nesta quarta-feira. O grupo segue para o Rio de Janeiro. Ao menos cinco aeronaves seriam usadas para a repatriação, segundo informado pelo governo brasileiro no domingo (8).
Nesta quarta-feira, conforme anunciado pelo porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus, há brasileiros entre as pessoas mantidas reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza. Não foi especificado o número, mas a imprensa israelense fala em centenas. Há reféns de outros países, entre eles Argentina, Estados Unidos e Itália, por exemplo.
Durante a manhã, o secretário da África e do Oriente Médio do Itamaraty, Carlos Duarte, afirmou que não há confirmação de que existe um refém com nacionalidade brasileira na Faixa de Gaza.
Além disso, não há informações sobre a brasileira Karla Stelzer Mendes, de 41 anos, que estava na festa rave no sábado (7), a cinco quilômetros da Faixa de Gaza.
Nesta quarta, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que os desdobramentos políticos da guerra entre Israel e Hamas serão debatidos no Conselho de Segurança da ONU, do qual o Brasil ocupa atualmente a presidência rotativa.
Lula sobre Guerra em Israel: “É urgente uma intervenção humanitária internacional”
Em uma postagem na rede social X (ex-Twitter), o presidente Lula fez um apelo à comunidade internacional e à Organização das Nações Unidas em defesa das crianças palestinas e israelenses.
Lula afirmou ainda ser “preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra” e que “é urgente uma intervenção humanitária internacional”. O presidente pontuou, também, que “o Brasil se juntará aos esforços para que cesse de imediato e em definitivo o conflito”.
Confira a publicação do presidente sobre o conflito em Israel:
Com Agência Brasil
