Guerra Israel e Hamas: o que aconteceu até o momento? Entenda

Meio século depois da Guerra de Yom Kippur, que teve início com uma invasão surpresa de Israel por parte do Egito e da Síria, militares palestinos fizeram um ataque que originou uma nova guerra em Israel no último sábado (7), durante um feriado judaico.

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Segundo agências internacionais, o ataque em Israel deste sábado marca a mais ambiciosa ofensiva já lançada por um grupo palestino, sendo maior do que a Segunda Intifada, ocorrida nos início dos anos 2000.

Segundo o último balanço feito pelas autoridades no domingo (8), ao menos 1.120 pessoas morreram nos ataques, sendo 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjorndânia. Milhares de pessoas também estão feridas.

Guerra em Israel 2023

Em uma postagem na rede social X no sábado, o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que a Palestina “pagará um preço sem precedentes” pela ofensiva.

“Desde esta manhã, o Estado de Israel está em guerra. O nosso objetivo prioritário é expulsar as forças hostis que se infiltraram no nosso território e restaurar a segurança e a tranquilidade das comunidades que foram atacadas”, disse o primeiro ministro.

“O segundo objetivo, ao mesmo tempo, é cobrar um preço imenso ao inimigo, também dentro da Faixa de Gaza. O terceiro objetivo é reforçar outras frentes para que ninguém se junte a esta guerra por engano. Estamos em guerra. Na guerra, é preciso ter equilíbrio. Apelo a todos os cidadãos de Israel para que se unam para alcançar o nosso objetivo mais elevado – a vitória na guerra”, completou.

Segundo Mohammed Deif, líder do braço militar do Hamas, a ofensiva foi uma resposta a diversos fatores, como:

  • Bloqueio de 16 anos a Gaza;
  • Ataques israelenses em cidades da Cisjordânia em 2022;
  • Violência em Al Aqsa, local sagrado de Jerusalém, também chamado de Monte do Templo;
  • Ao aumento dos ataques de colonos israelenses aos palestinos;
  • Expansão dos assentamentos israelenses em território palestino.

Vale lembrar que Israel vive um momento delicado de sua história, com divisões internas em relação à proposta do primeiro ministro de enfraquecer o Judiciário, o que motivou inúmeras manifestações nos últimos meses.

Israel e Palestina: Como tudo começou?

No sábado (7), o Hamas havia lançado 2500 foguetes contra o centro e o sul de Israel na sua incursão, além de dezenas de terroristas que invadiram a fronteira atacando civis. O chefe da polícia de Israel disse à AFP que houve “21 cenas ativas” no sul de Israel, indicando a extensão do ataque.

“Temos que olhar para o fato que estão completando 50 anos da guerra do Yom Kippur. É a guerra em que Israel foi pego surpresa por ataques de Síria, Egito, em uma época festiva. Essa memória voltou”, disse Leonardo Trevisan, Professor de Relações Internacionais da ESPM, a CNN.

“O tom que ele [Netanyahu] fala é de guerra. Não é o tom de uma operação, de uma incursão. Ele está falando em guerra. Temos que colocar em um contexto mais amplo – há uma crise forte na Cisjordânia, apesar de isso ser muito constante, com 200 mortes de palestinos e 35 mortos de Israel nos últimos quatro meses”, completou.

Ainda de acordo com agências internacionais, homens armados do Hamas invadiram o território israelita na região sul do país, atirando contra pessoas que estavam nas ruas. Além disso, muitos israelenses estão sendo levados como reféns para a Faixa de Gaza.

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Quais líderes mundiais declararam apoio a Israel?

Autoridades internacionais já articulam posições após o início da Guerra em Israel e do acirramento da tensão na região da Faixa de Gaza.

Em comunicado oficial, o Governo de Israel destacou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu falou na manhã de sábado (7) com o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro holandês Mark Rutte. Ambos os líderes expressaram total apoio ao direito de Israel se defender.

O governo ainda comunicou que o presidente dos EUA, Joe Biden, ligou para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e enfatizou que os EUA apoiam Israel e apoiam totalmente o direito da nação de se defender.

“O Primeiro-Ministro agradeceu ao Presidente dos EUA pelo seu apoio sem reservas e deixou claro que seria necessária uma campanha prolongada e poderosa na qual Israel venceria”, disse o Estado de Israel.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou, em nota, os ataques do grupo Hamas ao território de Israel. “O Governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos”, diz o Itamaraty.

O confronto entre Israel e Hamas se estende, pelo menos, desde 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.

Ocorre que, no ano seguinte, Israel foi reconhecido como país e, desde então, há uma disputa por território, com inúmeros acordos tentando estabelecer a paz na região.

Quem é o Hamas?

O Hamas, sigla para ‘Movimento de Resistência Islâmica’, é um grupo extremista islâmico atuante nos territórios palestinos (composta por duas áreas não contínuas, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), foi fundado em 1987 por um dissidente de outro grupo islâmico, a Irmandade Muçulmana.

Criado com base em três ideias centrais (promover a religião, praticar caridade e lutar contra Israel), o Hamas também atua com operações militares. Desde 2007, passou a controlar a Faixa de Gaza. O grupo também tem presença na Cisjordânia, mas não seu domínio.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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